segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Imagens do passado e música ao vivo no Teatro da Caixa

Belo e emocionante o espetáculo Cine Re-Sonar, apresentado no último fim de semana no teatro da Caixa. Imagens antigas, de Curitiba nas primeiras décadas do século, projetadas em uma tela com trila sonora executada ao vivo (atrás da tela) em arranjos para violino, teclado, violoncelo, violao, guiterra e percussão.
Até o final dos anos 30 quase todas as exibições tinham alguma forma de acompanhamento musical. Aqui mesmo em Curitiba o pioneiro Aníbal Requião - que em 1908 abre o Cine Smart, primeira sala com programação diária de filmes - acompanhava as imagens ao piano ou ao oboé.
Há muitos anos atrás tive a oportunidade de acompanhar a projeção de Nosferatu (nao tenho certeza absoluta se era este filme...) no finado Cine Ritz, com a trilha intepretada ao vivo por um pianista alemão e uma senhora que ia traduzindo os letreiros. Era uma promoção do Goethe, acho. Experiência marcante, sala lotada, na época ainda se ia muito aos cinemas de rua, se camainhava tranquiloamente pelo calçadão da XV, falando sobre o filme e decidindo em quel bar tomar a próxima cerveja.
O espetáculo de sabado, iniciativa do músico Vadeco, me fez lembrar estes tempos. As peças compostas pareciam dar vida a todas aquelas pessoas na tela. Todas já mortas há muito tempo, mas que pela magia do cinema voltaram a viver por alguns instantes.

domingo, 22 de novembro de 2009

Mysterios é ode a Curitiba, ao cinema e aos pesadelos

Acabei me alongando demais no post anterior, mas a intenção era tratar do filme em si. Mysterios narra três contos, tendo como fio condutor justamente o mistério. No primeiro deles, uma moça desaparece ao dar uma volta no trem-fantasma do Parque Alvorada. Dos três segmentos, foi o que mais gostei. Tem um clima de nostalgia inocente do final dos anos 60, mais precisamente na mesma semana em que o homem pisa na lua. O tratamento visual e sonoro é impecável - uma marca que por sinal se mantém durante todo o filme. O Passeio Público com seus vendedores de mação do amor, o lambe-lambe interpretado pelo Hugo Mengarelli, a trilha pop-brega com "Se Deus Me Ouvisse", tudo remete a um tempo mais tranquilo, com menos correria, mais esponteneidade e simplicidade. Mas a intenção do filme nao é apenas recriar uma Curitiba que se perdeu. É partir desta cidade que o tempo esqueceu - quem lembra do divetido trem-fantasma do Alvorada? - que o filme mergulha no desaparecimento da garota. Em tempos de ditadura, a crônica policial explorou à exaustão este sumiço, o que permite ao filme um tratamento gráfico e sonoro bem modern, inserindo trechos de manchetes de jornais, imagens de livros antigos e narrações radiofônicas.
O segundo segmento trata da descoberta de fragmentos de um filme dos anos 20 em um galinheiro. Pouco se salva da fita erótica, pouco se sabe de seu realizador. É uma baita homenagem aos pioneiros do cinema paranaense, Anibal Requião e Joao Batista Groff, citados no trecho. A fotografia em PB consegue criar com riqueza de detalhes os trechos da fita danifica e direção de arte segura e inventiva traduz o clima erótico em torno de um grupo de belas jovens seminuas filmadas por um anônimo na provinciana Curitiba dos anso 20.
O terceiro segmento é o mais surreal dos três. Em um espetáculo de mágica, a assistente do ilusionista se fere durante a apresentação. Dizer isso nao siginifca nada. É o mesmo que citar sinopse em filme de David Lynch, cujo visual de pesadelo parece ter sido a fonte na qual beberam os realizadores do filme.
Os três contos são costurados pela presença de um narrador, interpretado por Carlos Vereza, que ora se limita a tentar interpretar o que vê, ora participa mais ativamente das situações.
É uma produção de um capricho especial na imagem e no som, que mostra a maturidade e a originalidade do cinema feito atualmente em Curitiba, que parece estar trilhando um caminho muito rico e pessoal, sem embarcar na fórmula do drama social de viés urbano - dominante nas produções paulistas e cariocas.
O trabalho dos diretores Beto Carminatti e Pedro Merege é sólido, ousado, detalhista e consegue explorar com habilidade a idéia de que o desconhecido, o estranho, o que nao se vê está mais presente na realidade do que a gente imagina. Mysterios é um exercício de sutilezas visuais e sonoras, uma homenagem a uma Curitiba perdida, uma ode ao cinema dos pioneiros e anônimos e um belo pesadelo em cores fortes.
Avisem os amigos , corram ver. Está no Crystal Arteplex.

Mysterios nos cinemas e o drama do filme nacional

Alertado pela querida Monica Rischbieter, fui assistir Mysterios, produção curitibana inspirada na obra O Mez da Gripe, de Valêncio Xavier. Estava ansioso pela estréia no circuito , o que aconteceu na última terça, mas só foi possível assistir no sábado. Como são gritantes os contrastes da vida e cinematográficos. No último sábado, passando no Estação, vi de perto a euforia teen com Lua Nova: nas sessões da tarde, as filas quase alcançavam a saída da Sete de Setembro.
À noite, do Arteplex do Crystal, eu e mais quatro pessoas na sessão das 21h30 para conferir Mysterios, um bom filme com elenco e equipe técnica aqui da terra. Não que me assuste uma sala quase vazia - sendo bem egoísta, ate prefiro assim, optando sempre pelas salas do Crystal e Novo Batel, o que é ótimo para um cinéfilo e péssimo para o exibidor. Cansei de ver filmes com 3, 2 ou sozinho mesmo - fora o projecionista. Filme nacional então, se nao tem o apelo básico (comédia + rostos da novela das oito) nao passa de dez, 12, pessoas por sessão. Isso, cá entre nós, contando com a saturação do ciclo de violência urbana, que arrebatou multidões com Cidade de Deus e Carandiru e hoje aposta em Salve Geral, que inclusive deve representar o Brasil no oscar de fita estrangeira. Nao vi números do Salve, mas por aqui assou bem em branco. Na sessão em que estive, menos de 1o pessoas em um domingo á noite, véspera de feriado. Nao é sequer o caso de tratar do filme em si, que tem seus problemas ao abordar os ataques do PCC do ponto de vista de quem os fomentou, com todo um discurso sociológico questionável, mas de pensar um pouco na dificuldade danada que o filme nacional enfrenta no circuitão.
Bom, fiz toda essa volta, mas queria mesmo falar do Mysterios. A Monica, uma das produtoras e roteiristas do filme, me avisa toda empolgada da estréia no Crystal, circuito que mantém a tradição de equilibrar títulos mais comerciais com obras alternativas, graças ao espírito do Adhemar Oliveira, que vive abrindo espaço nas salas que o Unibanco Arteplex tem em várias capitais para filmes nao-americanos e títulos nacionais sem estrutura forte de distribuição. É o sujeito que atende o cineasta guerreiro, aquele que marca um encontro com a lata de seu filme debaixo do braço e precisa de um espaço para fazer circular sua arte.
Conhecendo a sensibilidade, a inteligência, o entusiasmo e o bom humor da Monica Rischibieter, não creio que deve ter sido muito difícil para ele abrir uma sala para Mysterios aqui na capital. É um chute, pois desconheço os detalhes da estratégia de distribuição do filme, como ele será divulgado, se o boca a boca vai ser forte o suficiente para sustentar a virada na próxima sexta. Espero que sim
(continuo no post seguinte)

sábado, 14 de novembro de 2009

O polêmico e inventivo Herzog abre sua escola de cinema

Diretor de grandes filmes como “Fitzcarraldo”, “O Enigma de Kasper Hauser” e “O Homem Urso”, o alemão Werner Herzog abriu uma escola de cinema. Mas, como se trata de Herzog, não espere uma escola comum. Entre os mandamentos da Rogue Film School, publicados no site da escola, estão os seguintes:

“A Rogue Film School não irá ensinar nenhuma técnica relacionada a cinema. Para esse fim, por favor matricule-se na escola de cinema mais perto de você.”

“A Rogue Film School é sobre um estilo de vida. É sobre um clima, a excitação que torna um filme possível. É sobre poesia, filmes, imagens, literatura.”

“O foco dos seminários será um diálogo com Werner Herzog, em que os participantes irão encontrar sua voz para seus projetos, seus questionamentos, suas aspirações.”

“Trechos dos filmes serão debatidos, e isso pode incluir os seus. Dependendo do material, a atenção irá se concentrar em questões essenciais: Como a música funciona em um filme? Como narrar uma história (isso certamente irá se distanciar das lições acéfalas sobre roteiros em três atos)? Como sensibilizar o público? Como o espaço é criado e entendido pelos espectadores? Como produzir e editar um filme? Como iluminar o público e criar o êxtase da verdade?”

“Outros assuntos relacionados serão: viajar a pé, a alegria de ser alvo de tiros malsucedidos, o lado atlético do cinema, a falsificação de permissões de filmagem, a neutralização da burocracia, táticas de guerrilha, autoconfiança.”

“A censura será estimulada. Não haverá conversas sobre xamãs, classes de yoga, valores nutricionais, chás de ervas, a descoberta dos próprios limites, crescimento interno.”

“Siga sua visão. Forme células secretas da Rogue em todos os lugares. Ao mesmo tempo, não tenha medo da solidão.”

O primeiro seminário será em Los Angeles, de 8 a 10 de janeiro, e custará US$ 1.450.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cinemas de rua em Curitiba - procura-se

Procuro pessoas que trabalharam em cinemas de rua em Curitiba: donos, gerentes, projecionistas, lanterninhas, atendentes de bomboniére. É para uma pesquisa que estou fazendo.
Mas só vale cinemas de rua, de shopping nao vale.
Se souberem de alguém, por favor me avisem no
alfekur@terra.com.br

Obrigado!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Festival exibe filmes em Super-8 em Curitiba

Começa nesta sexta dia 23 a quinta edição do Curta 8 – Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba, o único festival dedicado ao Super 8 no País, que exibirá até domingo mais de 40 filmes, de 12 países.

A Caixa Econômica Federal promove o evento através da CAIXA Cultural Curitiba, que receberá a primeira retrospectiva brasileira do cineasta argentino Ernesto Baca, que conversa com o público na noite de sábado.

Na abertura, na sexta-feira, às 19 horas, Cristian Borges, professor da ECA/USP e doutor em cinema pela Universidade Paris III, apresenta a série de quatro filmes “História privada de revoluções pessoais”, rodada, respectivamente, na Inglaterra, República Tcheca, Portugal e Grécia. Borges foi cocurador das mostras "Agnès Varda – o movimento perpétuo do olhar" (2006), "Alain Resnais – a revolução discreta da memória" (2008) e "Novo Cinema Independente Alemão: uma outra política do olhar" (2009).

O paulista Marcos Bertoni é o convidado da noite de domingo, quando apresentará quatro de seus trabalhos no formato. Ele é o idealizador do movimento Dogma 2003, cuja única regra é a não utilização de uma câmera ao fazer filmes, parodiando o Dogma dinamarquês. No caso de “No fundo do poço: a biografia não autorizada de Edir Macedo (2005)”, credita a autoria do filme a Zezinho do Apocalipse – enquanto se apresenta como seu representante. Arquiteto de formação, Bertoni trabalha com esculturas e também modelagem para publicidade e cinema. Fez o passarinho da Zorba, os dedinhos do Castelo Rá-Tim-Bum, a máscara da Tiazinha e ainda o ratinho que aparecia nos comerciais do jornal Folha de São Paulo.

Pela segundo ano consecutivo, o festival apresenta duas sessões com os filmes resultantes da oficina Tomada Única, ministrada em setembro por Leandro Bossy e Pedro Merege. Cada um dos 12 realizadores curitibanos selecionados recebeu um cartucho de Super 8 (3’20”) da organização do festival com o desafio de fazer um curta com edição no gatilho da câmera, no ato de filmar; sem edição posterior. Enquanto os filmes estavam sendo revelados, os realizadores desenvolveram trilhas sonoras que podem ser apresentadas ao vivo ou a partir de gravações. Uma surpresa tanto para o público quanto aos realizadores, que assistirão a seus filmes pela primeira vez.

Nas noites de sexta e sábado ainda acontecem as mostras competitivas, com filmes nacionais e estrangeiros, que concorrem a dez prêmios. Entre as premiações, está a oferecida pela Kodak, um dos apoiadores do Curta 8: quatro rolos de filme 16mm e cinco cartuchos Super 8. Já a Locall de Cinema e Televisão oferece R$ 4 mil em aluguel de equipamentos. O júri do festival é composto pelo produtor Bruno Gehring (Apucarana, 1982), pelo realizador Goyo Anchou (Mar del Plata, 1973) e pela crítica Lila Foster (Nova Iorque, 1980).

Os ingressos para todas as sessões são gratuitos e podem ser retirados com antecedência na bilheteria do Teatro da CAIXA, que fica na Rua Conselheiro Laurindo, 280. Mais informações no (41) 2118-5111, através do email festival@curta8.com.br ou ainda no site do evento: www.curta8.com.br.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Começa no próximo dia 19 a 1ª Mostra Internacional de Cinema pelos Direitos dos Animais



A iniciativa surgiu durante uma reunião do Grupo da Sociedade Vegetariana Brasileira em Curitiba, coordenado por Ricardo Laurino. O grupo curitibano se reune a cada 15 dias para discutir e colocar em prática ações em favor dos direitos dos animais e do vegetarianismo.

A 1ª Mostra Internacional de Cinema pelos Direitos dos Animais exibirá filmes brasileiros e pela primeira vez em sala de cinema curitibana o documentário longa-metragem Terráqueos (Earthlings), produção independente que tem como narrador o ator Joaquin Phoenix. Também está confirmada a exibição do título estrangeiro Uma verdade mais que inconveniente (Meat the Truth), documentário sobre o aquecimento global apresentado pela deputada do 1º Partido pelos Animais nos Países Baixos, Marianne Thieme.

Foram convidadas para a Mostra pessoas da área de proteção ambiental e animal, como a ativista Nina Rosa e a cantora Patrícia Marx; Solange Stecz e o documentarista Eduardo Baggio integraram a comissão para seleção dos filmes inscritos.

“A intenção da Mostra vai muito além de falar sobre vegetarianismo. Falaremos sobre meio ambiente, debatendo a intervenção humana, seus impactos, possíveis soluções para a sustentabilidade e respeito aos seres vivos. O vegetarianismo é uma consequência dessa reflexão." Diz Bianca Dantas, empreendedora do projeto.

A Mostra acontecerá nos dias 29 e 30 de agosto na Cinemateca com programações de filmes e debates sobre cinema ativista e direito animal a partir das 15h.

Mais informações poderão ser encontradas no blog : mostraanimal.blogspot.com

Serviço:
1ª Mostra Internacional de Cinema pelos Direitos dos Animais
Dias: 29 e 30 de agosto - filmes e debates a partir das 15h

Cinemateca
Rua. Pres. Carlos Cavalcanti, 1174
Mais Informações
(41)3019-8857/3013-4163

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Clube do filme mostra educação pelo cinema

Estou lendo O CLUBE DO FILME, do canadense David Gilmour.
Resumo: Adolescente de 16 anos não quer mais ir à escola e o comprreensivo e amoroso pai permite que ele abandone os estudos, com uma condição: que assista três filmes por semana e que pense sobre o que viu.

Como literatura é dispensável, mas é divertido ao explorar as tentativas de um pai educar seu filho pelos filmes. Antes de cada exibição, o pai - o próprio autor, que é crítico de cinema) dá uma breve explicação sobre o diretor, a obra e destaca um momento a ser visto com mais atenção no filme.

Há comentários muito divertidos e curiosos sobre filmes, cineastas, atores e atrizes. E é muito comovente oservar os gestos de carinho, a atenção e a paciência que o pai devota ao filho, um meninão entediado com quase tudo à sua volta.

A educação do jovem conta com discussões em torno de títulos como Os Incompreendidos, Assim Caminha a Humanidade, O Iluminado e Instinto Selvagem.

O mais tocante na obra é o que ela deixa transparecer do imenso poder emanado dos filmes, que conseguem emocionar, fazer rir, chorar e pensar, ao oferecer retratos tão diversos e complexos do ser humano.

Uma educação afetiva que, se não susbstitui a educação formal, tem um impacto profundo na mente confusa de um adolescente, sobretudo com filmes apresentados e comentados com tanta paixão.

sábado, 11 de julho de 2009

MON exibe obras dos Lumière













Enquanto o mundo se espantava com as imagens em movimento do cinematógrafo, os irmãos Lumière continuavam pesquisando técnicas para criar imagens coloridas.

O complexo processo, batizado de autocromo, envolve a seleção de cores e a captura da cena por meio da fécula de batata

A descrição não faz jus à beleza e ao mistério das 70 imagens que estão expostas no Museu Oscar Niemeyer, na Mostra Autocromos Lumière.

Não são retratos, no sentido exato da palavra. Mas também não quadros, se pensarmos em pincéis e tintas.

São imagens únicas, de uma textura rica, de um colorido vivo, como se aquelas figuras estivessem sussurrando algo ao ouvido dos visitantes. Eis seu mistério. São imagens pioneiras na longa trajetória humana pelo registro do mundo à sua volta.

Publico aqui algumas delas, de qualidade obviamente limitada. A maioria mostra momentos familiares dos Lumière. Poucos são os retratos de pessoas trabalhando.

Os cromos de familiares são mais harmônicos em equilibrados na composiçao que as paisagens. Como se Louis exercesse com mais liberdade seu olhar de pintor impressionista com esposa, filhos e netos.

Sâo raríssimos os cromos em que as pessoas olham direto para a câmera. Na maior parte, dirigem seu olhar para um ponto à margem do quadro.

Como se imaginassem em silêncio nos visitantes que apreciaram estes instantes, um século depois.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

FIlmes independentes em blog

Fabiana Moro, curadora e organizadora da MeMOstra, a maior vitrine de filmes independentes do Paraná, criou um blog para divulgar as informações do evento.
Desde 2006 o Me Mostra abre espaço para produções de jovens realizadores em formatos que vão do drama ao filme experimental.
Para quem quiser saber mais e se inscrever na mostra de 2010, segue o link
http://memostraartigos.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Como produzir um filme barato

"Olá. Meu nome é Marc Price, tenho 30 anos, e sou o diretor de COLIN. Vou tentar explicar para vocês como eu cheguei até aqui com um filme de apenas US$ 70. A sinopse é mais ou menos assim: um sujeito, o Colin, um dia é mordido por um zumbi e morre. Mas, aí, ele volta dos mortos. E começa a arrastar a sua carcaça por uma cidadezinha durante o apocalipse promovido pelos mortos-vivos...

Com essa história eu fui ao Festival de Cannes. Quer dizer: eu vi Cannes, mas Cannes não me viu. No dia em que meu primeiro longa teve sua exibição, exatamente uma semana depois do meu aniversário, eu estava com vergonha demais para encarar o público. COLIN tinha sido feito de forma caseira, improvisada, com atores e figurantes que não cobraram nada, com maquiagem emprestada e duas câmeras velhas. E custou... US$70. Então, enquanto um monte de gente assistia ao meu filme barato de monstros, eu estava num boteco ali perto. Mas a resposta do público e da crítica às duas sessões foi fantástica, inacreditável. A minha agente de vendas não me deu, e acho que nem vai me dar, muitas informações ? ela sabe que eu não sou muito confiável quando o assunto é manter segredos. Sei que uma porção de distribuidores viu o longa, e as negociações estão rolando. Recebemos uma proposta do Japão. E sabe como essa história toda começou? Com um porre...


Continua em

GALILEU

Curso Cinema - História e Arte 2009 e a Audrey







Turma do curso CINEMA - Introdução à História e à Arte dos Filmes e Cineastas, primeiro semestre de 2009.
Com a Audrey Hepburn, lembrarei sempre de vocês!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Mostra de filmes independentes acontece hoje em novo local

Graças a recente parceria firmada entre a produção do MeMostra! Filmes Independentes e o SESC, as próximas sessões de 2009 serão realizadas no Paço da Liberdade Sesc Paraná.

Para a estréia desta parceria, o evento confirmou a sessão deste mês de junho, com a exibição de dois curtas-metragens e dois médias, no dia 30, terça-feira às 19h.

Na programação, os filmes "Interiores - espaços e artefatos cotidianos"; "Tempos de Cinzas"; "Carro Maria Fumaça, Colchão" e "Bandeira do Divino - fé que move a tradição".

O MeMostra! Filmes Independentes é um evento de exibição e promoção de obras audiovisuais que há dois anos vem proporcionando aos realizadores locais a oportunidade de exibirem seus filmes com estrutura de divulgação e exibição diferenciada.

Os interessados em inscrever seus filmes devem solicitar o formulário através do site www.memostra.com.br. Junto com a ficha de inscrição, deve ser entregue uma cópia do filme em DVD, nos pontos de coleta indicados pela produção do evento.

Com a intenção de abrir mercado para os produtos audiovisuais paranaenses, dando maior visibilidades para os profissionais desta área, os organizadores do MeMostra! anunciaram essa semana, a parceria com o portal de cinema ParanáCine.

O ParanáCine é um portal que reúne informações e notícias a respeito das produções audiovisuais paranaenses e seus realizadores. Para saber mais basta acessar www.paranacine.com.br.

SERVIÇO:
Data: 30 de junho de 2009 - terça-feira
Horário: 19hs
Ingressos: R$4,00 / meia R$2,00
Local: Paço da Liberdade SESC PARANÁ - Praça Generoso Marques – Centro, Centro, Curitiba

domingo, 28 de junho de 2009

Passos para quem sai da faculdade de cinema

Procuro uma história genial. Quando se sai de uma faculdade de cinema nao se tem muitas opções sabe? Enquanto isso eu tenho que trabalhar. e meus pais ainda pudessem me sustentar até os 30, talvez eu tivesse tempo para char uma história genial.

Assim começa o divertido curta MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE UM EDITOR DE PASSOS, de Daniel Turini. Obrigatório para quem pretende estudar ou está estudando Cinema.

Pode ser visto no Porta Curtas ou no Youtube, em duas partes.

Zorba o Grego, Fellini, o sonho e Neil Gaiman





Apenas um ano separa Oito e Meio de Zorba o Grego.

O primeiro é de 1963, o segundo do ano seguinte.

Não seria de todo errado supor que o filme de Fellini, com aquele final espetacular do circo, quando ele nos diz que nada mais nos resta a não ser entrar no picadeiro e continuar, fosse um sonho.

E que este sonho, no misterioso universo onírico, se conectou a outro sonho, este de Cacoyannis, que em seu desfecho sublime trata desta idéia de que nada mais pode ser feito a não ser seguir adiante, viver, só que agora, dançando.

Uma travessura dessas, de um sonho antecipando outro, tem toda a cara de universo Neil Gaiman.

Jules Dassin e Telecine - brilhante e pouco visto




O Telecine Cult (que um dia já foi Classic e era, convenhamos, bem melhor que hoje) exibiu quatro filmes da fase européia do diretor Jules Dassin, mais conhecido por Cidade Nua, do final dos anos 40.

Ex-assistente de Hitchcok, Dassin era filiado ao Partido Comunista Americano mas se afastou dos camaradas depois das revelações dos crimes do stalinismo. De tanto encherem seu saco na caça às bruxas macartista, acabou saindo dos Estados Unidos.

São de seu exílio europeu os filmes exibidos em junho. Aquele que Deve Morrer é adaptado de Kazantizakis (autor do polêmico livro levado as telas por Scorsese, A Última Tentação de Cristo. Quando o vi no finado Cine Itália, ali no shopping com o mesmo nome, na saída duas freiras distribuíam panfletos com frases como "Não tenha nada a ver com este filme, blasfêmia, etc).

Continuando, Aquele que deve morrer é o melhor dos quatro. Uma aldeia grega chefiada por um bispo conservador vai encenar a Paixão de Cristo para a Semana Santa. O problema é que habitantes de outro vilarejo, expulsos pelos turcos, aparecem famintos e desesperados na aldeia.

Está armado o cenário para Dassin, sobre o texto de Kazantizakis, tratar da hipocrisia humana e de como o poder se sustenta com base na tradição, na exploração dos mais fracos e na interpretação equivocada das escrituras.

Dassin tem uma sensibilidade especial para dirigir seus atores, para criar cenas de grupo com intensa movimentação de atores e sobretudo, para armar seus planos de forma econômica, funcional e original.

E sobretudo sabe valorizar o talento e os belos olhos de sua esposa, Melinda Mercouri, que foi Ministra da Cultura da Grécia. Ela está em Aquele que deve morrer e nos outros filmes.

Nunca aos Domingos mostra a paixao pelo cineasta pela cultura grega. Uma prostituta que só tem relações com quem quer, é adorada pela cidade pelo seu jeito simples e alegre. Um turista americano ( o próprio Dassin, que bem poderia ser o quarto integrante dos Três Patetas, pelo seu tipo desengonçado e cômico) quer transformá-la em uma mulher culta. É um filme ousado, libertário, divertido, que constrasta a chamada alta cultura com o estilo de vida voltado para o presente, epicurista mesmo.

A mitologia grega levou Dassin e atualizar Fedra, a trágica narrativa da mulher mais velha, segunda esposa de seu marido, que se apaixona pelo filho dele, mais jovem. Em Profanações, o pano de fundo é a indústria naval grega dos anos 50. O rapaz é Anthony Perkins, o filho-mãe (aiaiaiaiaa, contei...quem mandou nao ver Psicose????) da obra suprema de Hitchcok.

O mais fraquinho dos quatro títulos, mas nao menos divertido, é Topkapi, sobre um plano mirabolante para roubar uma jóia preciosa em um museu turco. Pelo menos aqui dá para ver Melinda, a mulher de Dassin, em cores.

Jules Dassin, pouquíssimo visto, pouquíssimo conhecido. Grande sujeito, morreu em março do ano passado.

Katyn aponta o dedo para massacre soviético na guerra




O cinema americano contribuiu para moldar o imaginário ocidental sobre a Segunda Guerra Mundial produzindo dezenas de filmes sobre o Holocausto, revelando em algumas produções como A Lista de Schindler e O Pianista os horrores cometidos pelos nazistas.

Pouco ou nada se fez sobre os soviéticos, parceiros dos nazistas em crueldade e barbárie. Coube ao cineasta Andrzej Wajda tocar em uma ferida ainda aberta daquela época, o estúpido e incompreensível massacre das florestas de KATYN, que dá título ao filme em cartaz nos cinemas daqui.

Resumindo, no auge do conflito, por ordens de Stálin, o exército soviético simplesmente prende e mata milhares de oficiais e intelectuais poloneses. Na ótica do ditador, que ainda hoje é admirado por alguns, eliminar o comando militar e a força pensante do país era garantia de que a Polônia não terias forças para resistir à ocupação soviética.

O pai de Wajda foi uma das vítimas dos massacres. Tão abominável quanto o fuzilamento com uma bala na nuca e o enterro em valas coletivas foi a estratégia dos exército soviético, que durante anos jogou a responsabilidade dos assassinatos nas costas do alemães.

Wajda tratou de dar vida a esta ferida, acompanhando, pelos olhos da esposa de um oficial polonês, os caminhos tortuosos que os massacres de Katyn abriram no país. Seu filme é não-linear e nada espetacular.

Vai e volta no tempo para mostrar o impacto na vida de cada pessoa afetada direta ou indiretamente pelos massacres. Equilibra estes momentos de grande impacto - a produção é impecável - com a tentativa da população de retomar uma rotina normal após a guerra. Nada se podia falar sobre o episódio, sob pena de prisão e fuzilamento por parte dos soviéticos.

Ao dividir a observação e o sofrimento dos seus personagens perante o fato e a versão fabricada do fato, Wajda se afasta do espetáculo de imagens chocantes ( sim, elas estão lá, mas a serviço de uma proposta muito maior que a simples denúncia) e cria um painel sobre a história (com H) e a memória. E com segurança, entrelaça as duas para reforçar a velha e batida idéia de que a história é sempre contada pelos vencedores. Mas á margem da História também é feita de maldades indescritíveis. Wajda exorcizou as suas.

Assista ao trailer de Katyn

A Partida mostra a morte para celebrar a vida




Apresentada a um produtor, destes habituados a contar montanhas de dinheiro com alguma coisa 2,3, 4 após o nome do filme, tinha tudo para dar errado. Quem seria louco de transformar em filme a rotina de um sujeito que prepara cadáveres? E quem seria louco de criar várias cenas que mostram corpos e familiares chorando, em um momento no qual os filmes gritam cada vez mais bobagens superficiais - sob o pretexto de alegrar e entreter - para disputar a atenção anestesiada do público?

Sorte que o roteirista Kundo Koyama e o diretor Yojirô Takita estavam longe de Hollywood.

Juntos criaram um dos filmes mais bonitos desta temporada, A PARTIDA, que ehcgou aos cinemas daqui respaldado pelo Oscar de Filme Entrangeiro deste ano. Prêmio que era dado como certo ao espetacular e infelizmente ainda não exibido VALSA PARA BASHIR.

Bonito porque sensível e simples. Conduzido à maneira clássica, com suas viradas bem marcadas e costuradas, de forma a ser bem assimilado, o filme aborda a morte para, no fundo, celebrar a vida.

Seu protagonista, Daigo, um músico desempregado, aceita o úncio emprego disponível em sua cidade natal, o de assistente na preparação de corpos.

Superado o medo, o asco e a vergonha, ele encontra um profundo sentido em sua profissão. O filme revela como a sociedade japonesa, mesmo a contemporânea, profundamente ocidentalizada, ainda tem uma relação unica com os ritos de passagem.

É da observação das cerimônias, das reações de familiares e do aprendizado em lidar com o morto e com a morte que o filme consegue tirar momentos de rara sensibilidade. Um dos mais marcantes é quando o músico , agora agente funerário, retorna de seu primeiro trabalho e abraça desesperadamente o ventre de sua jovem esposa. A cena tao simples mostra o instante exato em que a vida, a pele, o cheiro, o vivo precisa se antepor e vencer o morto, o velho, o podre.

O roteiro amarra ainda um conflito familiar com o pai ausente de Daigo, figura que é temporariamente suprida pelo seu chefe na funerária. Assim segue o filme, acompanhando, com momentos cômicos e emocionantes, a labuta de Daigo, seu chefe (pai) sua jovem e bela esposa, seus amigos de infância.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Penélope...loira...




Penélope Cruz no novo filme de Almodóvar, Los Abrazos Rotos.

Celular hoje, cineasta amanhã

Esta veio do Adnews

Spike Lee, um dos mais influentes cineastas e diretores da atualidade, realizou conferência de imprensa no Festival de Cannes, na França.

Lee falou sobre o projeto MOFILM, plataforma digital de conteúdo, do qual é um dos apoiadores, e novas formas de convergir tecnologia e publicidade com produção de filmes.

Fiona Bosman, executiva da Nokia, cliente da MOFILM, e Andy Baker, CEO da organização, também estavam à mesa. Lee estava descontraído, brincou com jornalistas, e inclusive disse amar o Brasil.

Ele manteve sua postura de defensor do conteúdo gerado por produtores independentes e fez uma previsão: "anotem esta data (25/06/2009). Alguém que começou nos dias de hoje com um celular na mão será um grande cineasta amanhã".

Lee considera "maravilhosa" a possibilidade de qualquer usuário gerar conteúdo. No campo da tecnologia, credita isso à explosão digital, que, segundo ele, "libera a criatividade das pessoas" e principalmente dos jovens. Apoiados pela Nokia, Lee e Fiona concluem que este novo movimento é uma boa oportunidade para causar engajamento entre marcas e pessoas.

O fácil acesso proporcionado pela tecnologia também foi citado. Atualmente, os equipamentos de vídeo são acessíveis e permitem a expansão do modelo.

"Não precisamos mais fazer uma faculdade para trabalhar com produção de vídeos", lembra. O cineasta citou a importância da internet quando o assunto é produzir filmes nesta nova era. Segundo ele, o meio digital abre possibilidades e imcrementa a qualidade das criações de conteúdo e informação.

Para estudar cinema

O escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez ganhou o Nobel de Literatura, lá pelos idos de 82 ou 83. Além do prêmio, levou para casa uma bolada de dinheiro. Cinéfilo e com uma obra inspiradora para muitos filmes, decidiu bancar um empreendimento de educação em cinema, a famosa Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de Los Banhos, em Cuba.

Para quem ainda está pensando em estudar Cinema, vale a pena dar uma olhada no criativo vídeo institucional da escola, que reúne sobretudo gente de toda América Latina.

http://www.youtube.com/watch?v=qQg0D3iUTGQ

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Filmes pelos direitos dos animais terão mostra em Curitiba

Estão abertas as inscrições para a 1ª Mostra Internacional de Filmes pelos Direitos dos Animais de Curitiba.

Vídeos, filmes, clipes produzidos em qualquer formato e duração poderão se inscrever.

Materiais em outros idiomas deverão conter legendas em português.

O evento que será realizado nos dias 29 e 30 de agosto na Cinemateca.

Mais informações em Mostra Animal

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Filme é lançado nos cinemas e no YouTube ao mesmo tempo

O site de vídeos YouTube, que pertence ao Google, vai exibir o
primeiro filme que terá lançamentos simultâneos nos cinemas e na web.
Estreia nas telas de cinema de 50 países e nos computadores de todo o
mundo o filme "Home", do cineasta Luc Besson.
A parceria do Google com estúdios de Hollywood visa atrair grandes anunciantes
e obter lucro para o YouTube.
O site, que foi comprado pelo gigante de buscas na
internet em 2006 por US$ 1,65 bilhão, tem cerca de 350 milhões de
visitantes únicos por mês, mas ainda não encontrou um equilíbrio
financeiro.
A exibição de filmes em salas virtuais é ainda uma
tentativa dos grandes estúdios de driblar a queda na venda de DVDs e o
aumento de downloads ilegais de filmes.

sábado, 6 de junho de 2009

Os Falsários e o ótimo cinema alemão

Meu texto sobre OS FALSÁRIOS saiu na edição de ontem do Jornal do Estado (impressa) e no portal BEM PARANÁ.

Aproveito a estréia tardia do filme para comentar sobre o nosso circuito e a ótima safra de filmes alemães do últimos anos.

O texto está disponível no portal Bem Paraná

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cinema argentino em cartaz na Cinemateca

De 23 a 30 de maio acontece a Semana Ficção Viva do Cinema Argentino, que reúne mostra de filmes, encontros e workshops com cineastas daquele país.
O evento, promovido pelo Projeto Olho Vivo, tem patrocínio da Petrobras e parceria com o Consulado da Argentina e Fundação Cultural de Curitiba.
Mesmo não sendo possível falar categoricamente de um “novo cinema argentino”, já que se trata de um conjunto bastante heterogêneo, é fato que essa nova safra de filmes tem chamado a atenção da crítica e do público em festivais pelo mundo pela qualidade de suas produções e pelo talento de seus realizadores.
As discussões sobre o tema iniciam neste sábado (23), às 20h, com o 5º Encontro Ficção Viva, que tem como convidado o diretor Carlos Sorín, um dos nomes de peso dessa nova geração.
Com um viés essencialmente humano, os personagens dos filmes de Sorín são inspirados em gente comum e interpretados por atores não profissionais “para conseguir personagens com credibilidade”, segundo o diretor.
Obras como “La Película del Rey” (1986), “Histórias Mínimas” (2002) e “O Cachorro” (2004) levaram as paisagens e as histórias do sul argentino ao público de todo o mundo e ganharam prêmios em vários festivais importantes, como o Leão de Prata em Veneza e o Goya de melhor filme estrangeiro.
Na ocasião, será exibido o último filme de Sorín, intitulado “A Janela”, ainda inédito na capital paranaense. O filme mostra as horas finais de um escritor de 80 anos, Antonio (Antonio Larreta), aguardando a visita de seu filho em sua fazenda no norte da Patagônia.
O 5º Encontro Ficção Viva é gratuito e inclui bate-papo com o diretor Sorín, que também comanda um workshop sobre direção cinematográfica, no sábado e no domingo (23 e 24), na Cinemateca, com vagas limitadas.
As inscrições e informações sobre o investimento para o workshop podem ser obtidas no site www.projetoolhovivo.com.br.
Durante a semana de 25 a 29 de maio, sempre às 16h e às 20h, ainda na Cinemateca, exibição da mostra de filmes de diretores argentinos, igualmente gratuita.
Na relação de cineastas participantes estão Sorín, Daniel Burman, Rodrigo Moreno e Alejandro Agresti, com os filmes “O Caminho de San Diego”, “O Cachorro”, “O Guardião”, “As Leis de Família”, “O Abraço Partido”, “Um Mundo Menos Pior”, “Histórias Mínimas” e “Buenos Aires Vice Versa”.
Já no sábado (30), às 20h, é a vez do roteirista argentino Jorge Goldenberg participar do 6° Encontro Ficção Viva, apresentando o longa-metragem “La Pelicula del Rey”.



Serviço:
5º Encontro Ficção Viva com Carlos Sorín (Argentina)
Bate-papo com o convidado e estreia do longa-metragem “A Janela”
Data: 23 de maio de 2009 (sábado)
Horário: 20h
Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174)
Entrada franca.

Workshop de direção cinematográfica com Carlos Sorín (Argentina)
Data: 23 e 24 de maio de 2009 (sábado e domingo)
Horário: das 9h às 12h e das 14h às 17h
Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174)
Vagas limitadas
Inscrições e informações: www.projetoolhovivo.com.br / (41) 3015-1592

Semana do Cinema Argentino
Data: 25 a 29 de maio de 2009 (segunda a sexta-feira)
Projeções diárias de filmes de diretores argentinos
Horário: 16h e 20h
Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174)
Entrada franca.

Dia 25
16h - O Caminho de São Diego (El Camino de San Diego) – Carlos Sorín
20h - O Cachorro (El Perro) – Carlos Sorín

Dia 26
16h - Histórias Mínimas – Carlos Sorín
20h - As leis de família (Derecho de Família) - Daniel Burman

Dia 27
16h - O Abraço Partido (El Abrazo Partido) - Daniel Burman
20h - Um Mundo Menos Pior (Un Mundo Menos Peor) - Alejandro Agresti

Dia 28
16h - Buenos Aires Vice Versa - Alejandro Agresti
20h - O Guardião (El Custódio) - Rodrigo Moreno

Dia 29
16h - O Caminho de São Diego - Carlos Sorín
20h - Histórias Mínimas – Carlos Sorín

6º Encontro Ficção Viva com Jorge Goldenberg (Argentina)
Bate-papo com o convidado e exibição do longa-metragem “La Pelicula del Rey”

Data: 30 de maio de 2009 (sábado)
Horário: 20h
Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174)
Entrada franca.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Festival do Paraná de Cinema abre inscrições

0 Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino mudou de nome e este ano passa e se chamar FESTIVAL DO PARANÁ DE CINEMA IBERO AMERICANO.

A quarta edição do evento, que ano passado trouxe a Curitiba o Zé "Mojica" do Caixão, está com inscrições abertas até o dia 15 de junho.

O festival acontece 05 a 11 de novembro na sede do Museu Oscar Niemeyer - MON.

Serão selecionados 12 longas e 21 curtas-metragens, entre filmes brasileiros e ibero americanos.

Os dados para concorrer ao Prêmio Araucária de Ouro de Longas e Curtas-Metragens em 35mm e HD estão disponíveis no site http://www.festivaldecinema.pr.gov.br

Inscrições abertas para o 6º PUTZ! Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba

Inscrições abertas para o 6º PUTZ! Festival Universitário de Cinema e
Vídeo de Curitiba
Estudantes podem se inscrever gratuitamente até 15 de maio, no site do
festival

Estão abertas as inscrições para o 6º PUTZ! Festival Universitário de
Cinema e Vídeo de Curitiba. Até o dia 15 de maio, estudantes de todo o
país podem se inscrever gratuitamente pelo site www.putz.ufpr.br, nas
categorias ficção, documentário, trash, videoclipe, experimental/ arte,
publicitário, institucional e reportagem. São aceitos vídeos produzidos a
partir de 2006, com formato de exibição em DVD.

Além das premiações tradicionais do PUTZ!, os participantes podem publicar
o vídeo na Internet e concorrer ao inédito Prêmio Especial 91Rock,
selecionado pelos colunistas e blogueiros do site 91Rock.

E pelo segundo ano consecutivo, valendo uma bolsa integral do curso de Cinema Digital,será entregue o Prêmio Estímulo Centro Europeu.

O 6º PUTZ! será realizado de 11 a 14 de junho, no Sesc da Esquina, em
Curitiba, com mostra dos vídeos selecionados e debates entre os
realizadores.

O PUTZ!

O PUTZ nasceu em 2000, quando estudantes de Comunicação Social da
Universidade Federal do Paraná decidiram criar um festival interno para
exibir os vídeos produzidos no curso. A idéia deu tão certo que, quatro
anos depois, o evento foi aberto às outras universidades brasileiras e
ganhou uma nova versão: Festival Universitário de Cinema e Vídeo de
Curitiba.

Desde 2004, o PUTZ exibiu mais de 200 produções de estudantes de todo o
país e recebeu grandes nomes do cinema. José Mojica Marins - Zé do Caixão,
Claudio Assis, Lucila Meirelles, Jorge Durán, Henry Breitrose, Joel
Pizzini, Heloisa Passos, Marina Person e Marcos Jorge são alguns dos
convidados que passaram pelo festival.

Mais informações em www.putz.ufpr.br.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em exibição os primeiros minutos de um filme

Gilles Jacob, presidente do Festival de Cannes, quer abrir o site do festival para exibir os 5 minutos iniciais dos fimes programados na seleção oficial do evento, na época de sua estreia nos cinemas (estreia na França, supõe-se).

Nenhum diretor ou distribuidor é obrigado a fazê-lo, mas Jacob está oferecendo essa
possibilidade, já que o site acaba de ser reformulado visualmente e
está hospedado em um provedor de banda larga de grande capacidade.

"Não me lembro se foi Altman ou Renoir que dizia que os grandes
diretores atingiam a sua melhor forma na primeira e na última bobina
do filme. Esperamos que o internauta deixe um pouco de lado seus
videogames e game-boys e fique tentado a correr ao cinema mais próximo
para descobrir o resto do filme".

(Fonte: UOL, 24/04, matéria)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Livro sobre cinema para baixar grátis

Quem procura uma introdução bem direta à História do Cinema, com contextualização e lista dos filmes principais de cada período ou estética, pode acesar o blog Dissertando sobre Cinema.

O autor, Nelson Barbosa, disponibiliza para download gratuito em PDF a sua obra Cinema - Arte, Cultura e História, que dá uma base introdutória interessante e bem didática sobre o assunto.

(Justiça seja feita: a dica é da Simone, aluna do nosso curso de História e Estética do Cinema)

Cinema Vivo atualiza Dogma 95 em São Paulo

Tem novidade na produção nacional. Bem ao estilo Dogma 95, um grupo de realizadores de São Paulo lançou o Cinema Vivo, que tem como proposta, em seu manifesto publicado no
site do grupo " a captação, edição e exibição simultâneas: câmeras na mão, em diferentes locações acessíveis ao público, transmitindo ao vivo para um computador, com edição em tempo real, que projeta o filme na tela de cinema".

Algumas regras para a criação do roteiro desta proposta:

- Não há cortes numa mesma locação.
- Um personagem não pode sair de uma locação e aparecer em outra imediatamente.
- Movimentação de câmera não extravagante.
- Três principais locações, com possibilidades de sublocações (de acordo com o alcance da tecnologia).
- Nas imagens externas, sempre as mesmas condições do ambiente e meteorológicas: sempre é dia, ou sempre é noite, ou sempre está nublado.
- As trocas de figurino e maquiagem devem ser rápidas e feitas na própria locação
- As cenas não podem ter duração muito breve, para dar tempo de deslocamento de atores de uma locação para outra.
- As cenas precisam ser expandidas, iniciando antes e terminando depois das ações principais, para possibilidade do corte ao vivo.
- Há espaços para improvisações, cacos, e inserções de informações atuais cotidianas nos diálogos dos personagens.
- Criação de jogos de aproximação e afastamento da diegese com o público.

O primeiro longa da turma tem o sugestivo nome de Fluidos e está sendo produzido neste momento. É esperar para ver. No site é possível inclusive acompanhar vídeos dos ensaios da equipe.

Sei que não tem nada ver, mas agora lembrei: alguém viu aquele longa gravado em Porto Alegre, "Ainda Orangotangos", todo em Plano-Sequência? Não chegou nem perto daqui e eu estava muito curioso para ver.

Um mês depois de São Paulo, CHE chega a Curitiba

Não fiz a conta na ponta do lápis, mas Curitiba (sem contar a região metropolitana) deve ter umas 70 salas de exibição. Está, se não me engano, entre os cinco maiores circuitos exibidores do Brasil.

Então se o problema não é do circuito deve ser de distribuição mesmo.

Pois, bem, quase 30 dias depois de ser lançado em São Paulo, o CHE de Soderbergh chega ao circuito curitibano, em seis salas.

Uma pergunta: quando vem o espetacular VALSA PARA BASHIR?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Festival de cinema universitário abre inscrições

Estão abertas até as inscrições para o Festival Brasileiro de Cinema Universitário.
O evento acontece de 29 de julho a 9 de agosto.
Para a mostra competitiva nacional serão aceitos filmes de até 30 minutos de duração, concluídos a partir de 2007 e não exibidos em edições anteriores do festival.
A direção e pelo menos outras três funções técnicas devem ter sido ocupadas por universitários à época de realização do curta.
Mais informações e inscrições no site: www.fbcu.com.br

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Filmes brasileiros em 2009

A Revista de Cinema publicou uma relação dos longas brasileiros de ficção em fase de pré-produção, ou seja, aqueles que ainda serão filmados e finalizados.
A maioria das produções é do eixo RJ-SP e assinada por cineastas que já tem uma filmografia sólida, mas tem muitos nomes novos na lista.
Resta saber quando estas produções serão lançadas e no caso de Curitiba quando serão exibidas por aqui.


1. A Alegria - Felipe Bragança (RJ - Pecego Produções)
2. A Erva do Rato - Júlio Bressane (RJ - República Pureza Filmes)
3. A Floresta é Nossa - Paulo Munhoz (PR - Teknokena Audiovisual e Multimídia)
4. A Morte de Quincas Berro D’Água - Sérgio Machado (RJ – Videofilmes)
5. A Última Estação - Márcio Curi (DF - Asacine Produções)
6. A Vida no Campo - Valter Moreira (SP - VMV Produtora)
7. Amor Sujo - Paulo Caldas (RJ - Bananeira Filmes)
8. Antes da Noite - Toni Venturi (SP - Olhar Imaginário – Filmagem em outubro/2008)
9. As aventuras do avião vermelho - Frederico Pinto/José Maia (RS - Camila Gonzatto/Frederico Pinto)
10. As Doze Estrelas - Luiz Alberto Pereira (SP - Lapfilme Produções Cinematográficas)
11. Bateau Mouche - 20 anos depois - Cavi Borges/Júlio Pecly/Paulo Silva (RJ – Cavídeo)
12. Besouro - João Daniel Tikhomiroff (SP - Mixer/Buena Vista International/Globo Filmes - Filmagem em setembro/2008)
13. Bruno quer o paraíso - Flávio Cândido (RJ - Cândido & Moraes)
14. Capitães de Areia - Guy Gonçalves/Cecília Amado (RJ - Lagoa Cultural e Esportiva/Araçá Azul)
15. Chibata - Marcos Manhães Marins (RJ - Fibra Cine Vídeo – Filmagem em novembro/2008)
16. Do Amor - Gisela Callas (SP)
17. É Proibido Fumar - Anna Muylaert (SP - Africa Filmes/Dezenove Som e Imagens)
18. Faroeste Caboclo - René Sampaio (RJ -De Felippes Filmes e Produções)
19. Fala Sério! - Augusto Seva (SP - Albatroz Cinema - Filmagem no segundo semestre/2008)
20. História de um Valente - Cláudio Barroso (PE - Camará Filmes)
21. Histórias de Fronteira - Juan Zapata (RS - Estação Elétrica Filme e Vídeo/V2 Cinema/Zapata Filmes)
22. Histórias de um amor duram apenas 90 minutos - Paulo Halm (RJ - Tipos e Tempos Produções)
23. Hoje -Tata Amaral (SP - Tangerina Entretenimento)
24. Jean Charles - Henrique Goldman (SP - TV Zero)
25. Leões da Mata Atlântica -Michel Tikhomiroff (SP - Mixer/Buena Vista International/National Film Board/Discovery Channel Canadá)
26. Mano - Laís Bodanzky (SP - Gullane Filmes)
27. Mão na Luva - Roberto Bomtempo (MG/RJ - Sala 2/Movimento Carioca - Filmagem em março/2009)
28. Marcha Pela Vida - Jessica Sanders (SP - Latinamerica Internacional/Conspiração Filmes - Filmagem em abril-maio/2008)
29. Meninos de Kichute - Luca Amberg (SP - Amberg Filmes)
30. Não se pode viver sem amor - Jorge Duran (RJ - El Desierto Filmes/Luz Mágica Produções Audiovisuais)
31. Não se preocupe, nada vai dar certo...- Hugo Carvana (Mac Comunicação e Produção)
32. Nervos de Aço - Maurice Capovilla (RJ - Saturna Produções Artísticas)
33. O Bem Amado - Guel Arraes (RJ - Natasha Enterprises)
34. O Contador de Histórias - Luiz Villaça (SP - Francisco Ramalho Júnior Filmes)
35. Corpo do Rio - Izabel Jaguaribe (RJ - Jaguar Produções Artísticas)
36. O Fim e os Meios - Murilo Salles (RJ - Cinema Brasil Digital)
37. O Homem que não dormia - Edgard Navarro (BA - Truque Produtora de Cinema - Filmagem em agosto/2008)
38. O Senhor do Labirinto - Geraldo Motta (RJ - Tibet Filmes)
39. Os famosos e os duendes da morte - Esmir Filho (SP - Dezenove Som e Imagens)
40. Os sonhos não envelhecem - Roberto Bomtempo (MG/RJ - Movimento Carioca - Filmagem em novembro/2009)
41. Panis Et Circensis – Tropicália 40 anos - Francisco César Filho (SP - Anhangabaú Produções)
42. Paradeiro - Gilson Vargas (RS - Clube Silêncio)
43. Peixonauta - Kiko Mistrorigo (SP - PG Produções de Cinema Video e TV)
44. Plastic City - Yu Lik-Wai (SP - Gullane Filmes/Xstream Pictures (Hong Kong)
45. Poder Paralelo - Roberto Farias (RJ - RF Cinema e TV)
46. Por um punhado de dólares - Os Novos Emigrados - Leonardo Dourado (RJ - Telenews Service)
47. Quase Memória - Ruy Guerra (RJ - Studio Uno Produções Artísticas)
48. Querido Pai - Chico Faganello (SC - Faganello Comunicações - Filmagem em outubro/2008)
49. Quixote nas Trevas - Jom Tob Azulay (RJ - Bossa Produções - Filmagem no segundo semestre/2008)
50. Raul – O início, o fim e o meio - Alain Fresnot (SP - A. F. Cinema e Vídeo)
51. Reflexões de um Liquidificador - André Klotzel (SP - Brás Filmes - Filmagem em julho/2008)
52. Se eu fosse você 2 - Daniel Filho (RJ - Total Entertainment)
53. Sé... Quando a carne é fraca - Eduardo Ramos (CE - Imagem Produções Artísticas)
54. Somos um bando de loucos - Reinaldo Pinheiro (SP - Seqüência 1 - Filmagem no primeiro semestre/2009)
55. Trampolim do Forte - João Rodrigo Mattos (BA - Docdoma Filmes - Filmagem em novembro/2008)
56. Tropicália – Marcelo Machado (SP – Bossa Nova Films/Mojo Pictures/Fernando Meirelles)
57. Uma professora muito maluquinha (RJ - Diler & Associados/The Raldo Estúdio de Arte e Propaganda)
58. Vendo ou Alugo - Betse de Paula (RJ - Aurora Cinematográfica/Raccord - Filmagem no segundo semestre/2008)
59. Xuxa - Rudi Lagemann (RJ - Conspiração Filmes/Xuxa Produções - Filmagem em julho/2008)

Hollywood assume crise de criatividade

Os estúdios vêm recontando histórias desde os primórdios do cinema, mas no último ano, e especialmente nos últimos meses, a máquina dos remakes vem funcionando a pleno vapor.

Os anos 1980 viraram uma grande feira de títulos. "Tudo por uma esmeralda", "Footloose - Ritmo louco", "A hora do pesadelo", "Duna", "Karatê Kid", "Amanhecer violento", "Robocop - O policial do futuro", "O reencontro", "Arthur - O milionário sedutor", "Os caça-fantasmas" e "História sem fim" são apenas alguns dos títulos dessa década que estão sendo desenvolvidos novamente em Hollywood.

Os produtores dizem que hoje é comum vasculharem listas de sucessos de décadas passadas para analisar o que poderia ser legal e criativamente mais fácil de ser reembalado e montado num estúdio.

"Hoje em dia, se você quer fazer um filme, pode empurrar uma pedra grande morro acima ou pode empurrá-la no plano", disse um produtor de estúdio, explicando a lógica por trás dos remakes. "A maioria de nós prefere empurrar no plano."

Quando o filme "Transformers" decolou, seus responsáveis foram procurados pela linha de brinquedos Hot Wheels, da Mattel, que perguntou se eles gostariam de contar uma história envolvendo a marca. A resposta foi negativa, mas um filme com os carrinhos Hot Wheels está em desenvolvimento agora na Warners.

O ciclo que vai do original ao remake vem ficando cada vez mais curto. Como "Velozes e furiosos 4", que reúne o elenco principal e os roteiristas do filme original de 2001 e ocupa um terreno a meio caminho entre uma sequência e um remake, outros filmes estão voltando em nova roupagem em menos tempo do que nunca.

Neil Moritz, que produziu "Furiosos", está desenvolvendo uma nova versão do sucesso de ficção científica de 1990 "O vingador do futuro" e também relançando "XXX - Triplo X", que chegou aos cinemas há apenas sete anos. "Lara Croft" está ganhando novo tratamento de Dan Lin e da Warner Bros., apenas oito anos após o original com Angelina Jolie. A Fox já pensa em relançar sua franquia "Quarteto fantástico", cujos dois filmes fizeram sucesso há poucos anos. E a Sony anunciou recentemente que vai trazer "Homens de preto" de volta para mais uma aventura.

Ninguém está dizendo que "Titanic" ou "Forrest Gump" serão refilmados - por enquanto, pelo menos - mas o fato de que o público teen geralmente não se recorda de nenhum filme de mais de 15 anos atrás é um fator chave para o sucesso dos remakes. Dentro de um dois anos, os cinemas poderão exibir os mesmos títulos que foram lançados pela primeira vez durante o governo Clinton. Nas palavras de um produtor, "os anos 1990 já são terreno fértil".
(fonte: G1)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Filmes italianos na Cinemateca salvam feriado cinematográfico fraco

Cinéfilos curitibanos: a programação deste feriado é de chorar. Simplesmente não tem nada de interessante no circuito.
Com exceção de títulos que já estão em pré-estréia há algumas semanas, em sessões e horários restritos, o que entra em cartaz não chama muito a atenção.
A Cinemateca salva o feriado com uma Mostra de Cinema Italiano dos anos 70, 80 e mais recente.
O interessante é que esta programação não está no site da Fundação Cultural. Aparece apenas na agenda do portal Onda RPC. É bom conferir antes de ir.

Sexta-feira (10/04):
-16h: Represália (Rappresaglia – Itália; 1973; 107 minutos. Direção de George Pan Cosmatos)
-20h: Os Cem Passos (I Cento Passi – Itália; 2000; 114 minutos. Direção de Marco Tullio Giordana)

Sábado (11/04):
-16h: Quatro Dias De Rebelião (Le qattro giornate di Napoli – Itália; 124 minutos. Direção de Nanni Loy)
-20h: Cem Dias Em Palermo (Cento Giorni a Palermo – Itália; 1984; Direção de Giuseppe Ferrara)

Domingo (12/04):
-16h: O Crocodilo (Il Caimano – Itália/França; 2006; 112 minutos. Direção de Nanni Moretti
-20h: O Caso Aldo Moro (Il Caso Moro – Itália; 1986; 114 minutos. Direção de Giuseppe Ferrara

terça-feira, 7 de abril de 2009

Animações premiadas no YouTube

Viva o Youtube!!!!! A grande rede de compartilhamento de vídeos é o maior circuito exibidor do mundo ao permitir que a gente tenha acesso a obras muito bacanas, que de outra forma nunca seriam exibidas aqui.

Minha dica é o curta de animação vencedor do Oscar deste ano: Les Maisons en Petis Cubes, do japonês Kunio Kato.

Joque o nome do diretor no YouTube e assista ao filminho, em duas partes. É maravilhoso. Um pequeno e poético tratado sobre a solidão, sem nenhum diálogo.

O mesmo YouTube tem um espaço Screening Room, onde é possível assistir a muitos curtas de animação. Entre eles, o imperdível e belo The Danish Poet.

Por que você faz cinema?

No CD Fábrica do Poema, de 1994, de Adriana Calcanhoto, tem uma música chamada "Por que você faz cinema?", em cima de um texto do cineasta Joaquim Pedro de Andrade. Reproduzo abaixo a letra.
O primeiro verso "para chatear os imbecis" se aplica a boa parte da produção atual, que mira um espectador infantilizado e anestesiado por uma profusão de bobagens no cinema e na TV.
Quem hoje corre o risco de ser desmascarado pelo grande público? Quem é louco de insultar os arrogantes?

POR QUE VOCÊ FAZ CINEMA

Para chatear os imbecis,
para não ser aplaudido depois de seqüências
dó de peito
para viver à beira do abismo,
para correr o risco de ser
desmascarado pelo grande público,
para que conhecidos e
desconhecidos se deliciem,
para que os justos e os bons ganhem
dinheiro, sobretudo eu mesmo, porque de outro jeito a
vida não vale
a pena,
para ver e mostrar o nunca visto,
o bem e o mal, o feio e o
bonito,
porque vi "simão no deserto",
para insultar os arrogantes e
poderosos quando ficam como "cachorros dentro d'água"
no escuro
do cinema
para ser lesado em meus direitos autorais.

Por que os filmes alternativos não chegam a Curitiba?

Não dá para entender a cabeça de quem administra o circuito exibidor de Curitiba. Frost/Nixon, Valsa para Bashir e o Che de Sordenbergh ainda não chegaram por aqui e já estão sendo exibidos há tempos em salas de Rio e São Paulo.

Será que o público curitibano não tem inteligência suficiente para ter acesso a estes filmes? Será que todos nós só queremos o filme pipoca?

Interessante notar que Curitiba está entre as capitais com maior número de salas no Brasil (se não me engano, é a quarta cidade), o que não quer dizer muito.

Custo a acreditar que a cidade não tenha um público cinéfilo mínimo para sustentar um circuito mais alternativo.

Enquanto isso, gente, vamos prestigiar as sessões mobilizadas do MovieMObz, ok? Sábados à noite, por volta das 21h, no Unibanco Arteplex do Crystal. O Visitante ainda está lá. Três Macacos já entrou em mais sessões no Novo Batel.

Três Macacos incomoda e vai na contramão do cinemão

Três Macacos, o filme turco que deu ao cineasta Nuri Ceylan a palma de ouro de Direção em Cannes, é um filme angustiante do primeiro ao último plano. Não se está aqui diante de um filme de digestão rápida e fácil. Seus longos planos e silêncios incomodam. mais que isso, eles reforçam o tempo todo a sensação de que algo está muito errado nas relações da família do motorista que assume um crime do patrão em troca de dinheiro.
Poucos filmes são tão econômicos e sintéticos na abordagem de conflitos familiares. Fala-se pouco e o pouco que se fala é geralmente mal assimilado.
Com o pai preso, o patrão seduz a mãe. O filho desempregado não vê grandes perspectivas de vida. Ainda há o fantasma do filho menor que aparece para a família.
A trilha sonora do filme é construída por ruídos da rua e sobretudo pelo vento que movimenta as cortinas do minpusculo apartamento da família. Pai, mãe e filho varreram tanta sujeira debaixo do tapete que o peso emocional deste trio é quase insuportável. É justamente este peso que o diretor filma, sem consessões fáceis. A imagem é escurecida, triste. Os planos de longa duração incomodam. A narrativa explica pouco sobre a motivação dos personagens. O que não se resolve ou não se admite, na contramão da psicanálise freudiana, vai matando aos poucos por dentro.
Dá para contrapor Três Macacos a Entre os Muros da Escola. Se neste professor e alunos se utilizam da linguagem como ferramente de afirmação social e de agressão aberta, naquele a linguagem sequer é encarada como recurso.
Melhor nada ver, nada ouvir e nada falar, bem como na parábola oriental dos três macacos.

O visitante é bom cinema sobre relações humanas

Anos atrás vi um filme maravilhoso no Cine Luz: O Agente da Estação, de Thomas McCarthy. Um conto sobre solidão em uma estação desativada, que passa a ser administrada por um anão.
Não via a hora de assistir este O Visitante, do mesmo diretor. Não deu outra. Um filme pequeno, simples, honesto, um pequeno tratado sobre a solidão e como o destino se encarrega de tocar o coração de alguém que já não sente mais nenhuma alegria pela vida.
Richard Jenkis, o veterano ator indicado ao Oscar, é o professor entediado com sua profissão. Velho demais para aprender piano, vê sua vida pacata se transformar ao conhecer dois imigrantes ilegais que ocupavam seu apartamento.
Tudo que poderia descambar para os clichês sobre encontro transformadores e amizades entre pessoas de culturas distantes ganha um verniz colorido e criativo nas mãos do diretor. Há sim, a proximidade, a amizade entre o professor o percussionista sírio e sua esposa muçulmana, a atração pela mãe do jovem, mas o encaminhamento destes encontros é sutil e natural.
A juventude, a alegria e o talento de Tarek são tudo que o professor Walter perdeu. Mas ele sabe que não vai simplesmente se apropriar de forma automática destes atributos. Mas o fato de estar próximo deles já lhe basta. Aí o filme demarca um espaço único: não concilia facilmente necessidades, mas as aproxima delicadamente.

Gran Torino : longa vida a Clint Eastwood

Sou muito suspeito para falar de Clint Eastwood. Alguns vão me apedrejar pelo que escrevo agora, mas em minha humilde opinião, ele é simplesmente o maior diretor americano em atividade. Do cinema clássico, lembro. Sua obra é herdeira à altura do legado de mestres como John Ford, Howard Haws, John Huston, Don Siegel, Sergio Leone. gente que sabia contar uma história sem frescuras e sem enfeites tecnológicos - o que parece a tendência clara da produção atual, sobretudo a o do cinemão.
Adorei Gran Torino. O grande tema da oba de Clint está lá: pais e filhos. O velho conservador, rabugento e solitário que se redime de sua paternidade falha ao adotar um jovem vizinho oriental. A necessidade de afeto familiar, ainda que por vias indiretas e não biológicas.
O velho Kowalski do filme é uma referência a outro personagem célebre imortalizado por CE: Harry Calahan, o Dirty Harry, que combatia a criminalidade eliminando a bandidagem sem dó. Só que o mundo mudou e Clint sabe disso. Daí que seu Kowalski não pode mais sair por aí resolvendo conflitos de gangues de orientais na bala. Nesta aceitação e no que ela traz de auto-sacrifício está a beleza do filme.

Spirit de Frank Miller fica devendo a Eisner

Confesso que fiquei desapontado com o Spirit de Frank Miller. Se no papel, com suas espetaculares HQs e Graphic Novels ele é um artista digno do nome, suas incursões atrás das câmeras carecem de uma consistência, de um senso narrativo mais profundo.
Sin City já deixava isso claro. O visual original, o clima noir, os contrastes de cores, camuflavam uma narrativa capenga.
Em 300, nas mãos de um diretor mais tarimbado, já se vê uma articulação mais orgânica dos eventos. Recursos do universo HQ são filtrados pelo instrumental da gramática cinemtaográfica. O resultado é um filme mais orgânico, que flui mais. Havia ali a mão visível do diretor Zack Snyder (de Watchmen)
Daí que a aguardada adaptação de Spirit saiu meio capenga. O clássico de Will Eisner ( lembro agora de uma versão teatral dirigida pelo Edson Bueno nos anos 90, no Guairinha, muito boa aliás) soa infantil, sem vibração, sem alma.
Talvez o elenco não ajude. O ator que faz o Spirit (Gabriel Match) é uma sopa de chuchu: sem sal, sem gosto, sem nada. Claro que o visual noir, os becos ameaçadores, as mulheres estonteantes (Eva Mendes, Scarlet Johansson), o vilão malvado (um Samuel Jackson cômico, que mais parece um palhaço de circo) estão lá, mas não fazem o filme ir para frente. Ao contrário, tentam esconder um roteiro fraco, previsível e pouco inventivo.
Como diretor, Fran Miller (cujo Batman repaginado em cima da obra de Bob kane nos anos 80 eu amo) é melhor criador de HQ e graphic novels.

segunda-feira, 16 de março de 2009

ENTRE OS MUROS VISÍVEIS E INVISÍVEIS






Há um bom tempo não se falava tanto de um filme francês. Desde o final dos anos 60, quando uma geração de jovens críticos e cineastas criou as bases do que veio a se chamar Nouvelle Vague, a produção cinematográfica da França andava meio apagada. Nas décadas seguintes, foi abafada pelo cinema italiano dos 70, tendo que se contentar com uma ou outra produção de Godard ou Truffaut – só para citar dois exemplos.

De lá para cá, a terra onde os irmãos Lumière projetaram os primeiros filmes em público vem se debatendo entre um cinema autoral de pouca expressão fora dos país e filmes mais comerciais, restritos ao circuito local. Mais recentemente, teve que se contentar com a aclamação mundial das produções de vizinhos como a Romênia , a Alemanha e a Itália.

Daí que a badalação em torno de Entre os Muros da Escola ganha um sabor especial. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes no ano passado, o filme vem sendo muito elogiado e assistido onde é exibido – num dos raros casos de entendimento entre crítica e público.

Um breve resumo do que trata do filme não chega a empolgar. Trata-se do retrato do relacionamento entre um professor e seus alunos em uma turma de sétima série em escola pública nos subúrbios de Paris. Até aí nada de novo, ou pelo menos nada que não tenha sido explorado em outras produções.

Fosse um produto do cinema americano, o filme seguiria o previsível caminho de mostrar jovens rebeldes que são inspirados por um professor obstinado em ver neles qualidades ocultas, com direito a um final feliz onde os alunos reconhecem seu crescimento espiritual e intelectual transmitido pelo mestre. Haveria uma mensagem, uma idéia moral a sustentar a narrativa.

Nas mãos do diretor Laurent Cantet, Entre os Muros da Escola se torna uma crônica, por vezes cruel e desanimadora, mas nunca derrotista, de uma sociedade fragmentada em subculturas impossíveis de conviverem em harmonia no espaço da sala de aula. Os alunos do professor de Francês François Begaudeau pertencem a diversas etnias: africanas, latinas, orientais. São jovens de 13 a 15 que não chegam a ser totalmente marroquinos, hispânicos ou chineses, pois nasceram em território francês, mas também não se sentem totalmente franceses.

Os meninos e meninas tem seus próprios códigos culturais muito bem marcados em suas gírias, roupas, interesses (na maioria limitados a rap, futebol e games de computador). Compõem um mosaico da sociedade francesa contemporânea, que já não consegue mais varrer para debaixo do tapete a existência dos imigrantes vindos das antigas colônias e seus filhos.

Se limitado ao registro de imigrantes ou excluídos, o filme poderia soar limitado e de pouco interesse fora da França. No máximo seria objeto de curiosidade para quem quer saber um pouco mais sobre o gravíssimo problema da inserção dos imigrantes em uma Europa cada vez mais assumidamente racista e conservadora. (A ascensão dos movimentos neo-nazistas e os assassinatos de imigrantes falam mais alto).

A grandeza deste pequeno e despretensioso filme vai além dos “muros” geográficos. Ela fala com simplicidade da nobreza do ato de educar e quando este ato se faz mais necessário, ainda que os que mais precisem dele não tenham sequer a capacidade ou habilidade para compreender e valorizar a escola e o professor.

O que vem atraindo a atenção para o filme é sua disposição em trazer, sem meios tons, sem discursos sociológicos ou argumentos morais, sem preconceitos ou medos, a dificuldade brutal que é compreender e ser compreendido e como a instituição escolar molda quem nós somos e como reagimos ao mundo.

Dito de outra forma, o que filme traz à tona é o questionamento sobre o próprio papel da escola na vida do ser humano. Mais ainda, ele pergunta – nunca diretamente: por que aprendemos? Por que temos que aprender? Quem diz o que é mais importante aprender? E quem garante se o que se aprende serve para alguma coisa fora da escola?

Para além dos debates – e eles serão muitos – sobre o poder transformador da educação, Entre os Muros da Escola pode ser visto como um painel crítico da comunicabilidade humana e o quanto ela é limitada para expressar a grandeza que cabe dentro de um ser humano. O professor François, francês e branco, leva aos extremos suas tentativas, na maior parte das vezes frustrada, de se fazer entender pelos seus alunos malineses, marroquinos e argelinos.

Quase todo passado dentro da sala, o filme não mostra as aulas no sentido convencional. Ele mostra conflitos verbais, que dos dois lados, do professor e dos alunos, servem-se das palavras como armas. De um lado, um educador empenhado em ensinar conceitos que simplesmente não têm nenhum eco no espírito dos alunos. Do outro, jovens revoltados, desanimados, frustrados, que não conseguem ver sentido nos ensinamentos.

A forma documental como o diretor Cantet filma estes embates, com câmera na mão e deixando espaço para improvisação do elenco, dá esta sensação de agressividade mútua. Todos os personagens falam muito, como se as palavras fossem uma forma de demarcar um espaço, de afirmar uma identidade, de testemunhar a própria existência. Ou de admitir o fracasso da própria linguagem como mediadora de pensamentos e sentimentos.

A beleza do filme também está na construção do personagem do professor François – que também é autor do livro homônimo que inspirou o filme. No desespero, ele recorre à ironia para sinalizar a total ignorância de seus alunos. Quer ensinar tempos verbais que não são mais usados e métrica em poesia, mas mal consegue se fazer entender com expressões básicas como “ter uma pulga atrás da orelha”.

O que nós testemunhamos é o conjunto de suas batalhas diárias, disfarçadas muitas vezes atrás de um sorriso nervoso e amarelo, de um desânimo e de um cansaço que se aproximam da derrota total. Neste sentido, nos identificamos com ele e em alguns momentos sentimos sua frustração, até o ponto em que ele próprio perde a paciência com duas alunas e as ofende. É quando o papel do professor cede lugar ao do homem, falível, passível de erro e cansado de guerrear com o resultado de todo um conjunto de omissões e erros sociais, históricos e políticos, anteriores à ele mesmo e à própria escola.

O título original não tem os muros da tradução brasileira. Justamente porque os muros de concreto do lado de fora seguem com os alunos para a sala de aula. E dentro dela eles se revelam intransponíveis. Mas o que mais toca no professor François é a sua disposição para olhar o muro, visível ou não, e sentir-se na obrigação de tentar ultrapassá-lo, mesmo sabendo que esta tarefa será impossível.

O apelo do filme é universal porque as situações retratadas não fogem muito da realidade enfrentada por professores de escolas da periferia. No Brasil, são comuns os relatos de alunos que espancam colegas e professores, alunos que vão para a aula alcoolizados, drogados e armados. Jovens que levam seus muros pessoais para o ambiente escolar, que deveria ser justamente o apropriado para pular estes obstáculos. Mas será mesmo que todo o sistema de ensino, sobretudo o voltado para os jovens, pode continuar divorciado do mundo real em que vivem os alunos? Esta foi uma das questões levantadas pelo diretor Laurent Cantet em sua passagem pelo Brasil para promover o filme.

Ciente e quem sabe desesperado diante do cenário em que se insere, o professor François desiste de seguir as cartilhas escolares e questiona a intenção que há por trás das palavras do alunos, fazendo com que eles tentem refletir sobre o verdadeiro sentido de suas manifestações. É em instantes assim que ele se torna um mestre, um educador de verdade, daqueles que iluminam a alma dos seus alunos, ao fornecer a eles, mesmo contra suas vontades, um instrumento, minúsculo que seja, para que eles pensem por si mesmos.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Curso apresenta a história do cinema, filmes e diretores

Estão abertas as inscrições para o curso CINEMA – Introdução à História e à Arte dos Filmes e Cineastas.
O curso é aberto a todas as pessoas interessadas em aprofundar seus conhecimentos sobre cinema, bem como ter contato com filmes, diretores, estilos e estéticas essenciais na história do Cinema.
Não há limite de idade ou exigência de conhecimento prévio ou formação específica.
O curso é direcionado para a apreciação e não para a produção de filmes.
As aulas, que começam no dia 10 de março, serão às terças-feiras, das 19h10 às 21h45. Este módulo vai até junho de 2000.
Os encontros vão abordar desenvolvimento histórico do cinema, seus principais movimentos, realizadores e obras mais significativas; o filme como arte e produto da indústria do entretenimento; noções de linguagem; elementos para a análise fílmica; produção cinematográfica nacional e contemporânea.
A programação do curso envolve aulas dinâmicas, com exibição de trechos de vários filmes, indicações de títulos relevantes da cinematografia mundial e bibliografia especializada. A intenção é fornecer elementos para a formação crítica do espectador.
O Studio Botteri fica na Rua Santo Antonio, 41, no bairro Rebouças, atrás do Quartel da Polícia Militar na Getúlio Vargas e a três quadras do Estação Embratel. Vagas são limitadas.


SERVIÇO
Curso “CINEMA – História, Arte e Entretenimento”
De 10 de março a 25 de junho de 2009
Às terças, das 19h10 às 21h45
Início: 10 de março
Local: Studio Botteri (Rua Santo Antonio, 41, Rebouças, Curitiba)

INFORMAÇÕES

alfekur@terra.com.br
janelaind@yahoo.com.br

Fone:41- 91813749

CINEMA – Introdução à História e à Arte dos Filmes e Cineastas começa dia 11 de março no Studio Botteri, no Rebouças

domingo, 1 de março de 2009

Curso HISTÓRIA DO CINEMA começa 11 de março

Meu curso, INSTRODUÇÃO À HISTÓRIA E ESTÉTICA DO CINEMA,edição 2009, está com turma aberta. Início dia 11 de março.
Toda terça, das 19h às 21h40, com o sagrado intervalo para café e para falar de filmes, é claro.
Requisito: gostar de cinema, de ver filmes e só.
Amanha vou postar mais detalhes sobre.

Oscar 2009 deixa o cinema mais pobre

Como era previsto, Quem quer ser um milionário? levou os prêmios principais.

Nem de longe é o melhor filme de Danny Boyle, sujeito que para mim será lembrado pelo divertido e criativo Trainspotting.

Talvez uma explicação para esta folia toda em cima de um filme bem feitinho, bonitinho e só isso esteja no momento em que vivem os Estados Unidos.

A braveza da crise econômica exige um contraponto de esperança, de crença na possibilidade de felicidade apesar de todas as dificuldades. Dai o filme capitalizar para si este clima pós-Obama.

Reproduzo abaixo trecho do blog Ilustrada no Cinema, no qual o crítico Leonardo Cruz fala sobre o filme e o Oscar

"se o Oscar representa uma peça importante da história do cinema, então esta ficou um pouco mais pobre nesta noite. A vitória avassaladora de “Milionário”, um filme no máximo mediano, só não é mais lamentável, nesta década, do que os 11 Oscars dados a “Senhor dos Anéis” em 2004. E as ausências de “Wall-E” e “Gran Torino” da disputa de melhor filme só reforçaram esse sentimento de frustração."

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Oscar 2009 - minhas apostas

Feito o desabafo, aí vao minhas apostas para este ano.

FILME
Slumdog Milionaire e pronto. Há uma ínfima chance que seja desbancado por Benjamin Button, o que é pouco provável. O Leitor, Frost/Nixon e Milk estao fora do páreo.

DIRETOR
Talvez para compensar o maravilhoso trabalho de Davi Fincher em Benjamin Button, o sujeito acabe recebendo um troféu. Nao acredito, deve ficar mesmo com Danny Boyle por Slumdog

(aliás, repararam que pela primeira vez os cinco indicados a diretor assinam as cinco obras indicadas a filme?)

ATOR
Mickey Rourke por O Lutador. Eles adoram histórias de superação pessoal, como a retratada no filme e que ilustra a decadência do ex-astro de Nove e meia semanas (aquele horrososo videoclip em forma de filme dos anos 80). Sean Penn por Milk seria uma surpresa honesta.

ATRIZ
Nao vi O Casamento de Rachel, com Anne Hathaway que a crítica americana vem elogiano horrores. Meryl Streep já levou Oscars suficiente para dez vidas. Angelina Jolie nas maos do melhor diretor americano em atividade, Clint Eastwood, merecia.

ATOR COADJUVANTE
Falam em Heath Ledger pelo seu Coringa. Nao lembro de prêmios póstumos, mas tem um apelo interessante.

ATRIZ COADJUVANTE
Marcaria Marisa Thomei, por O Lutador, mas nao vi Doubt, que emplacou duas indicações.

ANIMAÇÃO
Se Wall-E nao levar, será uma das maiores injustiças da história. Mas o mundo e Oscar sao feitos de injustiças.

ROTEIRO ORIGINAL
Dos indicados, só vi Milk e Wall-E.

ROTEIRO ADAPTADO
Benjamin Button, pelo esforço em transpor o conto de Fitzgerald para o cinema.

TRILHA SONORA
Slumdog Milionaire tem temas e canções que fundem musica tradicional indiana com ritmos pop. Um espetáculo.

DIREÇÃO DE ARTE
Benjamin Button

FOTOGRAFIA
Button x Slumdog. Páreo duríssimo, ambos trabalhos sensíveis, cada um á sua maneira.

Nas outras categorias, os prêmios devem se dividir entre Slumdog e Benjamin Button.

Oscar ontem e hoje

Falem bem ou falem mal, mas quem curte cinema sempre acaba acompanhando o Oscar. É o prêmio do cinemão deles, com critérios discutíveis, mas que a cada ano, nesta época, empolga os cinéfilos de plantão.

Para filmes mais densos ou alternativos, temos Cannes, Veneza, Berlim, a Mostra de SP.

Nao posso deixar de lembrar que este mesmo prêmio já dado a obras-primas como

Aconteceu Naquela Noite
Do Mundo Nada se Leva
Rebecca (aliás, Hitchcok NUNCA GANHOU UM OSCAR DE DIREÇÃO, acreditem!!! E Ron Howard já levou um...)
Como era verde o meu vale
Farrapo Humano
A Malvada
A um Passo da Eternidade
Lawrence da Arábia
Perdidos na Noite
O Poderoso Chefão,
Os Imperdoáveis

Por que este saudosismo agora?

Tente comparar com os vencedores dos últimos anos:
Onde os Fracos nao tem vez
Crash
Chicago
Conduzindo Miss Daisy
Rain Man

Tudo bem, o mundo mudou, o cinema mudou, as pessoas mudaram e já nao vão ao cinema como antes.
Posso despertar a fúria de alguns, mas honestamente, nenhum destes últimos títulos chega aos pés de qualquer filme da lista acima. Sao filmes medianos, que nao justificam de forma alguma receber o maior prêmio da maior indústria de cinema do mundo. Mas vá entender...

Slumdog Milionaire é o simbolo da era Obama

Salvo surpresas de última hora, daquelas que só acontecem a cada passagem de cometa pela terra, o Oscar do próximo dia 22 vai aclamar SLUMDOG MILIONAIRE, que no Brasil se chamará Quem quer seu um Milionário?

Ninguém tira do filme de Danny Boyle o prêmio de Melhor Filme. Aliás, onde concorreu já ganhou tudo que podia e vai levar um monte de estatuetas para casa, desbancando até outro indicado, Benjamin Button (que particularmente me agrada mais).

O apelo do filme é inegável: um conto de fadas moderno, ascensão social com ajuda da sorte (ou do destino), um amor impossível, nenhum figurão no elenco, locações em favelas na Índia, uma trajetória condenada à miséria que se transforma pela sorte, o tom de denúncia contra as injustiças sociais.

Em tempos de mais tolerância e diálogo pregados pelo novo governo americano, com o presidente defendendo inclusive melhor distribuição de prosperidade e respeito às diferenças, nao poderia haver filme melhor para simbolizar a era Obama.

É a história de Jamal Malik, que ganha 20 milhoes de rúpias respondendo a perguntas no popular programa Quem quer ser um milionario? Sua infância miserável fugindo da polícia e dos radicais que odiavam sua religião, pequenos delitos nas ruas e a cruel indústria da mendincância.

Slumdog cria imagens chocantes ao revelar uma Índia distante dos guias de turismo oficiais, com exploração de menores, prostituição, tráfico de drogas, roubo de turistas, máfias e toda sorte de pequenas picaretagens para quem quer sobreviver.

Daí o tom de conto de fadas, que se manifesta na oportunidade que Jamal tem de responder as perguntas do programa, deixar a vida miserável e se aproximar de seu grande amor da juventude.

Para o público brasileiro a comparação com Cidade de Deus será inevitável: crianças que lutam para sobreviver num ambiente de violência e criminalidade.

Que nao se espere de Danny Boyle o ritmo impactante e criativo do ótimo e divertido Trainspotting.

Sua mao continua visível em Slumdog, sobretudo ao explorar a complexidade da cultura indiana atual em seus bastidores pouco conhecidos, como o submundo do crime e o poder da televisão. Mas agora está a serviço de um conto de fadas, o que fica bem claro no trecho após os créditos finais.

Operação Valkíria esbarra em Tom Cruise

É uma baita história, daquelas que só de ouvir dá vontade de ler o livro ou ver o filme. Um plano para assassinar Hitler conduzido por altos oficias nazistas. Por pouco nao deu certo.

Mas OPERAÇÃO VALKÍRIA, o filme que Tom Cruise se empenhou em divulgar pessoalmente, inclsuive com farta distribuição de sorrisos e autógrafos no Rio dias atrás, é justamente o próprio Tom Cruise.

A produção hollywwodiana sobre o nazismo e os horrores do regime hitlerista é farta e maniqueísta: de um lado os americanos defensores da liberdade, de outro os nazistas cruéis, psicopatas e sádicos.

Pouco (nao lembro agora) se abordou sobre a resistência dentro da própria Alemanha. Me vem a mente o recente UMA MULHER CONTRA HITLER, da espetacular nova safra do cinema alemão, que tem brindado as telas com filmes maravilhosos como Edukators, Adeus Lênin, A Queda e A Vida dos Outros.

Um extra-terrestre aos qual fossem apresentados filmes americanos como fontes históricas sobre a segunda guerra concluiria que os Estados Unidos deveriam ter jogadas todas as bombas atômicas existentes nas cidades alemãs, dada a coesão do povo alemão em torno de Hitler.

Daí a importãncia da história real do coronel Claus Von Stauffenberg, que lidera um grupo de abnegados oficiais e civis dispostos a matar Hitler, libertar os prisioneiros dos campos de concentração e a acabar com a guerra. Li em algum lugar que o homem é considerado herói (com todos os méritos) em seu país.

O primeiro problema de Operação Valkíria é que ele deveria ser um filme alemão, escrito e dirigido por algum cineasta alemão e falado em alemão. E nao um veículo para uma atuação apagada de um astro de filmes de ação americanos.

Produção caríssima e caprichada, Operação Valkíria simplesmente se dilui nas cenas em que seu protagonista aparece. Tom Cruise como o Coronel Stauffenberg até que se esforça,mas nao consegue desaparecer no personagem (como Sean Peaen em Milk ou Frank Langella em Frost/Nixon).

Cercado por gente como o ótimo Tom Wilkinson e Kenneth Branagah, além de atores alemães que estiveram em A QUEDA (o ótimo filme sobre os últimos dias de Hitler em seu bunker) Tom Cruise fala inglês com sotaque americano, enquanto o resto do elenco exibe o inglês britãnico.

Qualquer figurante em cena consegue desviar a atenção dele, sem contar o fato do roteiro ter construído um personagem unidimensional, que nao apresenta motivações claras para seus propósitos, além do altruísmo muito superficial e nenhum conflito, nenhuma dúvida.

A direção de Bryan Singer, de Superman, cria um visual eficiente para a trama, preferindo conduzir o filme como um suspense de guerra, perdendo a chance de aprofundar mais o seu protagonista.

Há um filme com Tom Cruise que gosto: Magnólia, no qual ele foi muito bem conduzido e por um momento ele nao parece ser Tom Cruise brincando de ser ele mesmo.

Frost/Nixon revela bastidores do poder e da mídia

Em 1977, com a popularidade em baixa e a auto-estima ainda mais baixa após ser escorraçado da Casa Branca por conta do escândalo Watergate, o ex-presidente americano Richard Nixon decide conceder uma série de entrevistas ao apresentador britãnico de programas de auditório David Frost.
Os encontros entre entrevistador e entrevistado inspiraram o dramaturgo e roteirista Peter Morgan ( de O Último Rei da Escócia e A Rainha) a escrever a peça FROST/NIXON, que revela os bastidores das entrevistas.
A peça, adaptada para as telas pelo próprio Morgan, é o filme homônimo dirigido por Ron Howard.
Morgan tem um tema e estilo claros: pesquisa personagens históricos à exaustão e depois cria em cima dos fatos.
Ron Howard, ainda que alguns defendem algum traço de autoria em sua obra (Cocoon, O Jornal, Uma Mente Brilhante, A Luta Pela Esperança e o sofrível Código Da Vinci) é o tipo de diretor funcional, mediano, pouco inspirado, certinho.
Do encontro entre o roteirista mais aclamado no momento e um diretor , digamos, nao mais que habilidoso, resulta FROST/NIXON.
O filme trata dos bastidores do poder, do papel da televisão na orientação de mentes e corações e do confronto (velado, destaque-se) entre dois homens que pareciam apostar nestas entrevistas a maior batalha de suas vidas.
De um lado, um Frost que conduzia shows de amenidades em busca de prestígio no meio jornalístico. Esperto, foi o primeiro homem de TV a sacar que uma entrevista com Nixon renderia um dinheirão em cotas de patrocínio. Galanteador, sorridente, boa pinta, ele precisa rodar o pires para bancar a transmissão das entrevistas, recusadas pelas grandes emissoras americanas.
Do outro um Nixon recolhido á sua mansão à beira-mar e vivendo de contar piadas em congressos de Odontologia. Nixon (Frank Langella, excelente, indicado ao oscar de ator) é retratado na típica solidão do poder, lembrando de encontros históricos com líderes de outros países, mas dinheirista que é diabo. Que saber quanto lhe renderá a publicação de suas memórias e quanto vai ganhar pela entrevista a Frost.
Como qualquer filme de Ron Howard, FROST/NIXON é certinho, bem feitinho, tem lá seus momentos inspirados, como o telefonema em que Nixon, bêbado, promete acabar com Frost na última entrevista - justamente aquele em que o ex-presidente deixa cair a máscara e se arrepende dos pecados no exercício do poder.
Dá para ver o filme como um mergulho no universo privado de um dos homens mais odiados nos anos 70 e como este mesmo homem tenta manipular um sujeito nao muito brilhante, mas que revela-se um tigre faminto ao estraçalhar Nixon em seu território, diante das câmeras de TV.
Alguns críticos traçaram paralelos entre o Nixon do filme e Bush. Ainda que Bush tenha obtido a proeza e deixar o poder mais odiado ainda que Nixon, nao consigo ver um grande apelo para este filme fora dos Estados Unidos.
Lembro do Nixon de Oliver Stone, com Anthony Hopkins, um filme que vai muito mais a fundo na figura do ex-presidente que se julgava incompreendido pelo seu povo. Mas de um filme de Ron Howard nao se pode esperar muito.