domingo, 15 de fevereiro de 2009
Frost/Nixon revela bastidores do poder e da mídia
Em 1977, com a popularidade em baixa e a auto-estima ainda mais baixa após ser escorraçado da Casa Branca por conta do escândalo Watergate, o ex-presidente americano Richard Nixon decide conceder uma série de entrevistas ao apresentador britãnico de programas de auditório David Frost.
Os encontros entre entrevistador e entrevistado inspiraram o dramaturgo e roteirista Peter Morgan ( de O Último Rei da Escócia e A Rainha) a escrever a peça FROST/NIXON, que revela os bastidores das entrevistas.
A peça, adaptada para as telas pelo próprio Morgan, é o filme homônimo dirigido por Ron Howard.
Morgan tem um tema e estilo claros: pesquisa personagens históricos à exaustão e depois cria em cima dos fatos.
Ron Howard, ainda que alguns defendem algum traço de autoria em sua obra (Cocoon, O Jornal, Uma Mente Brilhante, A Luta Pela Esperança e o sofrível Código Da Vinci) é o tipo de diretor funcional, mediano, pouco inspirado, certinho.
Do encontro entre o roteirista mais aclamado no momento e um diretor , digamos, nao mais que habilidoso, resulta FROST/NIXON.
O filme trata dos bastidores do poder, do papel da televisão na orientação de mentes e corações e do confronto (velado, destaque-se) entre dois homens que pareciam apostar nestas entrevistas a maior batalha de suas vidas.
De um lado, um Frost que conduzia shows de amenidades em busca de prestígio no meio jornalístico. Esperto, foi o primeiro homem de TV a sacar que uma entrevista com Nixon renderia um dinheirão em cotas de patrocínio. Galanteador, sorridente, boa pinta, ele precisa rodar o pires para bancar a transmissão das entrevistas, recusadas pelas grandes emissoras americanas.
Do outro um Nixon recolhido á sua mansão à beira-mar e vivendo de contar piadas em congressos de Odontologia. Nixon (Frank Langella, excelente, indicado ao oscar de ator) é retratado na típica solidão do poder, lembrando de encontros históricos com líderes de outros países, mas dinheirista que é diabo. Que saber quanto lhe renderá a publicação de suas memórias e quanto vai ganhar pela entrevista a Frost.
Como qualquer filme de Ron Howard, FROST/NIXON é certinho, bem feitinho, tem lá seus momentos inspirados, como o telefonema em que Nixon, bêbado, promete acabar com Frost na última entrevista - justamente aquele em que o ex-presidente deixa cair a máscara e se arrepende dos pecados no exercício do poder.
Dá para ver o filme como um mergulho no universo privado de um dos homens mais odiados nos anos 70 e como este mesmo homem tenta manipular um sujeito nao muito brilhante, mas que revela-se um tigre faminto ao estraçalhar Nixon em seu território, diante das câmeras de TV.
Alguns críticos traçaram paralelos entre o Nixon do filme e Bush. Ainda que Bush tenha obtido a proeza e deixar o poder mais odiado ainda que Nixon, nao consigo ver um grande apelo para este filme fora dos Estados Unidos.
Lembro do Nixon de Oliver Stone, com Anthony Hopkins, um filme que vai muito mais a fundo na figura do ex-presidente que se julgava incompreendido pelo seu povo. Mas de um filme de Ron Howard nao se pode esperar muito.
Os encontros entre entrevistador e entrevistado inspiraram o dramaturgo e roteirista Peter Morgan ( de O Último Rei da Escócia e A Rainha) a escrever a peça FROST/NIXON, que revela os bastidores das entrevistas.
A peça, adaptada para as telas pelo próprio Morgan, é o filme homônimo dirigido por Ron Howard.
Morgan tem um tema e estilo claros: pesquisa personagens históricos à exaustão e depois cria em cima dos fatos.
Ron Howard, ainda que alguns defendem algum traço de autoria em sua obra (Cocoon, O Jornal, Uma Mente Brilhante, A Luta Pela Esperança e o sofrível Código Da Vinci) é o tipo de diretor funcional, mediano, pouco inspirado, certinho.
Do encontro entre o roteirista mais aclamado no momento e um diretor , digamos, nao mais que habilidoso, resulta FROST/NIXON.
O filme trata dos bastidores do poder, do papel da televisão na orientação de mentes e corações e do confronto (velado, destaque-se) entre dois homens que pareciam apostar nestas entrevistas a maior batalha de suas vidas.
De um lado, um Frost que conduzia shows de amenidades em busca de prestígio no meio jornalístico. Esperto, foi o primeiro homem de TV a sacar que uma entrevista com Nixon renderia um dinheirão em cotas de patrocínio. Galanteador, sorridente, boa pinta, ele precisa rodar o pires para bancar a transmissão das entrevistas, recusadas pelas grandes emissoras americanas.
Do outro um Nixon recolhido á sua mansão à beira-mar e vivendo de contar piadas em congressos de Odontologia. Nixon (Frank Langella, excelente, indicado ao oscar de ator) é retratado na típica solidão do poder, lembrando de encontros históricos com líderes de outros países, mas dinheirista que é diabo. Que saber quanto lhe renderá a publicação de suas memórias e quanto vai ganhar pela entrevista a Frost.
Como qualquer filme de Ron Howard, FROST/NIXON é certinho, bem feitinho, tem lá seus momentos inspirados, como o telefonema em que Nixon, bêbado, promete acabar com Frost na última entrevista - justamente aquele em que o ex-presidente deixa cair a máscara e se arrepende dos pecados no exercício do poder.
Dá para ver o filme como um mergulho no universo privado de um dos homens mais odiados nos anos 70 e como este mesmo homem tenta manipular um sujeito nao muito brilhante, mas que revela-se um tigre faminto ao estraçalhar Nixon em seu território, diante das câmeras de TV.
Alguns críticos traçaram paralelos entre o Nixon do filme e Bush. Ainda que Bush tenha obtido a proeza e deixar o poder mais odiado ainda que Nixon, nao consigo ver um grande apelo para este filme fora dos Estados Unidos.
Lembro do Nixon de Oliver Stone, com Anthony Hopkins, um filme que vai muito mais a fundo na figura do ex-presidente que se julgava incompreendido pelo seu povo. Mas de um filme de Ron Howard nao se pode esperar muito.
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