terça-feira, 30 de junho de 2009

Mostra de filmes independentes acontece hoje em novo local

Graças a recente parceria firmada entre a produção do MeMostra! Filmes Independentes e o SESC, as próximas sessões de 2009 serão realizadas no Paço da Liberdade Sesc Paraná.

Para a estréia desta parceria, o evento confirmou a sessão deste mês de junho, com a exibição de dois curtas-metragens e dois médias, no dia 30, terça-feira às 19h.

Na programação, os filmes "Interiores - espaços e artefatos cotidianos"; "Tempos de Cinzas"; "Carro Maria Fumaça, Colchão" e "Bandeira do Divino - fé que move a tradição".

O MeMostra! Filmes Independentes é um evento de exibição e promoção de obras audiovisuais que há dois anos vem proporcionando aos realizadores locais a oportunidade de exibirem seus filmes com estrutura de divulgação e exibição diferenciada.

Os interessados em inscrever seus filmes devem solicitar o formulário através do site www.memostra.com.br. Junto com a ficha de inscrição, deve ser entregue uma cópia do filme em DVD, nos pontos de coleta indicados pela produção do evento.

Com a intenção de abrir mercado para os produtos audiovisuais paranaenses, dando maior visibilidades para os profissionais desta área, os organizadores do MeMostra! anunciaram essa semana, a parceria com o portal de cinema ParanáCine.

O ParanáCine é um portal que reúne informações e notícias a respeito das produções audiovisuais paranaenses e seus realizadores. Para saber mais basta acessar www.paranacine.com.br.

SERVIÇO:
Data: 30 de junho de 2009 - terça-feira
Horário: 19hs
Ingressos: R$4,00 / meia R$2,00
Local: Paço da Liberdade SESC PARANÁ - Praça Generoso Marques – Centro, Centro, Curitiba

domingo, 28 de junho de 2009

Passos para quem sai da faculdade de cinema

Procuro uma história genial. Quando se sai de uma faculdade de cinema nao se tem muitas opções sabe? Enquanto isso eu tenho que trabalhar. e meus pais ainda pudessem me sustentar até os 30, talvez eu tivesse tempo para char uma história genial.

Assim começa o divertido curta MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE UM EDITOR DE PASSOS, de Daniel Turini. Obrigatório para quem pretende estudar ou está estudando Cinema.

Pode ser visto no Porta Curtas ou no Youtube, em duas partes.

Zorba o Grego, Fellini, o sonho e Neil Gaiman





Apenas um ano separa Oito e Meio de Zorba o Grego.

O primeiro é de 1963, o segundo do ano seguinte.

Não seria de todo errado supor que o filme de Fellini, com aquele final espetacular do circo, quando ele nos diz que nada mais nos resta a não ser entrar no picadeiro e continuar, fosse um sonho.

E que este sonho, no misterioso universo onírico, se conectou a outro sonho, este de Cacoyannis, que em seu desfecho sublime trata desta idéia de que nada mais pode ser feito a não ser seguir adiante, viver, só que agora, dançando.

Uma travessura dessas, de um sonho antecipando outro, tem toda a cara de universo Neil Gaiman.

Jules Dassin e Telecine - brilhante e pouco visto




O Telecine Cult (que um dia já foi Classic e era, convenhamos, bem melhor que hoje) exibiu quatro filmes da fase européia do diretor Jules Dassin, mais conhecido por Cidade Nua, do final dos anos 40.

Ex-assistente de Hitchcok, Dassin era filiado ao Partido Comunista Americano mas se afastou dos camaradas depois das revelações dos crimes do stalinismo. De tanto encherem seu saco na caça às bruxas macartista, acabou saindo dos Estados Unidos.

São de seu exílio europeu os filmes exibidos em junho. Aquele que Deve Morrer é adaptado de Kazantizakis (autor do polêmico livro levado as telas por Scorsese, A Última Tentação de Cristo. Quando o vi no finado Cine Itália, ali no shopping com o mesmo nome, na saída duas freiras distribuíam panfletos com frases como "Não tenha nada a ver com este filme, blasfêmia, etc).

Continuando, Aquele que deve morrer é o melhor dos quatro. Uma aldeia grega chefiada por um bispo conservador vai encenar a Paixão de Cristo para a Semana Santa. O problema é que habitantes de outro vilarejo, expulsos pelos turcos, aparecem famintos e desesperados na aldeia.

Está armado o cenário para Dassin, sobre o texto de Kazantizakis, tratar da hipocrisia humana e de como o poder se sustenta com base na tradição, na exploração dos mais fracos e na interpretação equivocada das escrituras.

Dassin tem uma sensibilidade especial para dirigir seus atores, para criar cenas de grupo com intensa movimentação de atores e sobretudo, para armar seus planos de forma econômica, funcional e original.

E sobretudo sabe valorizar o talento e os belos olhos de sua esposa, Melinda Mercouri, que foi Ministra da Cultura da Grécia. Ela está em Aquele que deve morrer e nos outros filmes.

Nunca aos Domingos mostra a paixao pelo cineasta pela cultura grega. Uma prostituta que só tem relações com quem quer, é adorada pela cidade pelo seu jeito simples e alegre. Um turista americano ( o próprio Dassin, que bem poderia ser o quarto integrante dos Três Patetas, pelo seu tipo desengonçado e cômico) quer transformá-la em uma mulher culta. É um filme ousado, libertário, divertido, que constrasta a chamada alta cultura com o estilo de vida voltado para o presente, epicurista mesmo.

A mitologia grega levou Dassin e atualizar Fedra, a trágica narrativa da mulher mais velha, segunda esposa de seu marido, que se apaixona pelo filho dele, mais jovem. Em Profanações, o pano de fundo é a indústria naval grega dos anos 50. O rapaz é Anthony Perkins, o filho-mãe (aiaiaiaiaa, contei...quem mandou nao ver Psicose????) da obra suprema de Hitchcok.

O mais fraquinho dos quatro títulos, mas nao menos divertido, é Topkapi, sobre um plano mirabolante para roubar uma jóia preciosa em um museu turco. Pelo menos aqui dá para ver Melinda, a mulher de Dassin, em cores.

Jules Dassin, pouquíssimo visto, pouquíssimo conhecido. Grande sujeito, morreu em março do ano passado.

Katyn aponta o dedo para massacre soviético na guerra




O cinema americano contribuiu para moldar o imaginário ocidental sobre a Segunda Guerra Mundial produzindo dezenas de filmes sobre o Holocausto, revelando em algumas produções como A Lista de Schindler e O Pianista os horrores cometidos pelos nazistas.

Pouco ou nada se fez sobre os soviéticos, parceiros dos nazistas em crueldade e barbárie. Coube ao cineasta Andrzej Wajda tocar em uma ferida ainda aberta daquela época, o estúpido e incompreensível massacre das florestas de KATYN, que dá título ao filme em cartaz nos cinemas daqui.

Resumindo, no auge do conflito, por ordens de Stálin, o exército soviético simplesmente prende e mata milhares de oficiais e intelectuais poloneses. Na ótica do ditador, que ainda hoje é admirado por alguns, eliminar o comando militar e a força pensante do país era garantia de que a Polônia não terias forças para resistir à ocupação soviética.

O pai de Wajda foi uma das vítimas dos massacres. Tão abominável quanto o fuzilamento com uma bala na nuca e o enterro em valas coletivas foi a estratégia dos exército soviético, que durante anos jogou a responsabilidade dos assassinatos nas costas do alemães.

Wajda tratou de dar vida a esta ferida, acompanhando, pelos olhos da esposa de um oficial polonês, os caminhos tortuosos que os massacres de Katyn abriram no país. Seu filme é não-linear e nada espetacular.

Vai e volta no tempo para mostrar o impacto na vida de cada pessoa afetada direta ou indiretamente pelos massacres. Equilibra estes momentos de grande impacto - a produção é impecável - com a tentativa da população de retomar uma rotina normal após a guerra. Nada se podia falar sobre o episódio, sob pena de prisão e fuzilamento por parte dos soviéticos.

Ao dividir a observação e o sofrimento dos seus personagens perante o fato e a versão fabricada do fato, Wajda se afasta do espetáculo de imagens chocantes ( sim, elas estão lá, mas a serviço de uma proposta muito maior que a simples denúncia) e cria um painel sobre a história (com H) e a memória. E com segurança, entrelaça as duas para reforçar a velha e batida idéia de que a história é sempre contada pelos vencedores. Mas á margem da História também é feita de maldades indescritíveis. Wajda exorcizou as suas.

Assista ao trailer de Katyn

A Partida mostra a morte para celebrar a vida




Apresentada a um produtor, destes habituados a contar montanhas de dinheiro com alguma coisa 2,3, 4 após o nome do filme, tinha tudo para dar errado. Quem seria louco de transformar em filme a rotina de um sujeito que prepara cadáveres? E quem seria louco de criar várias cenas que mostram corpos e familiares chorando, em um momento no qual os filmes gritam cada vez mais bobagens superficiais - sob o pretexto de alegrar e entreter - para disputar a atenção anestesiada do público?

Sorte que o roteirista Kundo Koyama e o diretor Yojirô Takita estavam longe de Hollywood.

Juntos criaram um dos filmes mais bonitos desta temporada, A PARTIDA, que ehcgou aos cinemas daqui respaldado pelo Oscar de Filme Entrangeiro deste ano. Prêmio que era dado como certo ao espetacular e infelizmente ainda não exibido VALSA PARA BASHIR.

Bonito porque sensível e simples. Conduzido à maneira clássica, com suas viradas bem marcadas e costuradas, de forma a ser bem assimilado, o filme aborda a morte para, no fundo, celebrar a vida.

Seu protagonista, Daigo, um músico desempregado, aceita o úncio emprego disponível em sua cidade natal, o de assistente na preparação de corpos.

Superado o medo, o asco e a vergonha, ele encontra um profundo sentido em sua profissão. O filme revela como a sociedade japonesa, mesmo a contemporânea, profundamente ocidentalizada, ainda tem uma relação unica com os ritos de passagem.

É da observação das cerimônias, das reações de familiares e do aprendizado em lidar com o morto e com a morte que o filme consegue tirar momentos de rara sensibilidade. Um dos mais marcantes é quando o músico , agora agente funerário, retorna de seu primeiro trabalho e abraça desesperadamente o ventre de sua jovem esposa. A cena tao simples mostra o instante exato em que a vida, a pele, o cheiro, o vivo precisa se antepor e vencer o morto, o velho, o podre.

O roteiro amarra ainda um conflito familiar com o pai ausente de Daigo, figura que é temporariamente suprida pelo seu chefe na funerária. Assim segue o filme, acompanhando, com momentos cômicos e emocionantes, a labuta de Daigo, seu chefe (pai) sua jovem e bela esposa, seus amigos de infância.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Penélope...loira...




Penélope Cruz no novo filme de Almodóvar, Los Abrazos Rotos.

Celular hoje, cineasta amanhã

Esta veio do Adnews

Spike Lee, um dos mais influentes cineastas e diretores da atualidade, realizou conferência de imprensa no Festival de Cannes, na França.

Lee falou sobre o projeto MOFILM, plataforma digital de conteúdo, do qual é um dos apoiadores, e novas formas de convergir tecnologia e publicidade com produção de filmes.

Fiona Bosman, executiva da Nokia, cliente da MOFILM, e Andy Baker, CEO da organização, também estavam à mesa. Lee estava descontraído, brincou com jornalistas, e inclusive disse amar o Brasil.

Ele manteve sua postura de defensor do conteúdo gerado por produtores independentes e fez uma previsão: "anotem esta data (25/06/2009). Alguém que começou nos dias de hoje com um celular na mão será um grande cineasta amanhã".

Lee considera "maravilhosa" a possibilidade de qualquer usuário gerar conteúdo. No campo da tecnologia, credita isso à explosão digital, que, segundo ele, "libera a criatividade das pessoas" e principalmente dos jovens. Apoiados pela Nokia, Lee e Fiona concluem que este novo movimento é uma boa oportunidade para causar engajamento entre marcas e pessoas.

O fácil acesso proporcionado pela tecnologia também foi citado. Atualmente, os equipamentos de vídeo são acessíveis e permitem a expansão do modelo.

"Não precisamos mais fazer uma faculdade para trabalhar com produção de vídeos", lembra. O cineasta citou a importância da internet quando o assunto é produzir filmes nesta nova era. Segundo ele, o meio digital abre possibilidades e imcrementa a qualidade das criações de conteúdo e informação.

Para estudar cinema

O escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez ganhou o Nobel de Literatura, lá pelos idos de 82 ou 83. Além do prêmio, levou para casa uma bolada de dinheiro. Cinéfilo e com uma obra inspiradora para muitos filmes, decidiu bancar um empreendimento de educação em cinema, a famosa Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de Los Banhos, em Cuba.

Para quem ainda está pensando em estudar Cinema, vale a pena dar uma olhada no criativo vídeo institucional da escola, que reúne sobretudo gente de toda América Latina.

http://www.youtube.com/watch?v=qQg0D3iUTGQ

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Filmes pelos direitos dos animais terão mostra em Curitiba

Estão abertas as inscrições para a 1ª Mostra Internacional de Filmes pelos Direitos dos Animais de Curitiba.

Vídeos, filmes, clipes produzidos em qualquer formato e duração poderão se inscrever.

Materiais em outros idiomas deverão conter legendas em português.

O evento que será realizado nos dias 29 e 30 de agosto na Cinemateca.

Mais informações em Mostra Animal

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Filme é lançado nos cinemas e no YouTube ao mesmo tempo

O site de vídeos YouTube, que pertence ao Google, vai exibir o
primeiro filme que terá lançamentos simultâneos nos cinemas e na web.
Estreia nas telas de cinema de 50 países e nos computadores de todo o
mundo o filme "Home", do cineasta Luc Besson.
A parceria do Google com estúdios de Hollywood visa atrair grandes anunciantes
e obter lucro para o YouTube.
O site, que foi comprado pelo gigante de buscas na
internet em 2006 por US$ 1,65 bilhão, tem cerca de 350 milhões de
visitantes únicos por mês, mas ainda não encontrou um equilíbrio
financeiro.
A exibição de filmes em salas virtuais é ainda uma
tentativa dos grandes estúdios de driblar a queda na venda de DVDs e o
aumento de downloads ilegais de filmes.

sábado, 6 de junho de 2009

Os Falsários e o ótimo cinema alemão

Meu texto sobre OS FALSÁRIOS saiu na edição de ontem do Jornal do Estado (impressa) e no portal BEM PARANÁ.

Aproveito a estréia tardia do filme para comentar sobre o nosso circuito e a ótima safra de filmes alemães do últimos anos.

O texto está disponível no portal Bem Paraná