sábado, 17 de janeiro de 2009

Benjamin Button celebra a vida









Desculpem a ausência. Faz um tempinho que nao posto nada aqui, mas hoje vai. Quero falar alguma coisa sobre O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON, que chegou ontem por aqui.
Estava pensando em uma palavra para definir o filme. Encontrei hoje, no blog do Merten: epifania.
Eu acredito que alguns filmes iluminam as nossas vidas. Outros são para passar o tempo, outros são criativos e cheios de frescuras e há uma grande maioria dispensável.
Uns poucos filmes tornam a vida da gente melhor, daí o Merten deu forma a meus pensamentos ao lembrar da epifania, revelação , compreensao sobre algo.
É nesta linha que se pode apreciar o filme de David Fincher.
Trata-se de uma história que em si já tem um baita apelo dramático: um homem que nasce velho e vai se tornando jovem. Eo filme trata de tudo de bom e de ruim que há nisso.
Mas o apelo em si nao sustentaria o filme. O roteiro impecável parte do conto de Scott Fitzgerald publicado em 1921 e vai até 2003, quando o Katrina devastou New Orleans.
Tarefa dura abarçar tanto tempo em 150 minutos.
Talvez por isso o conto tenha demorado tanto tempo para chegar às telas, fora questões de direitos autorais.
Enquanto o grosso da produção contemporânea se pauta pelo apelo à violência e ao sexo (atenção, nao estou sendo careta nem condenando) e pela celebração da morte, BB opta por festejar a vida com tudo que ela tem de alegria ou tristeza.
O velho-jovem Benjamin descobre e desfruta daqueles pequenos momentos que definem um ser humano: perdas, paixão, sexo, porre, viagens, amigos, saudades, perdão.
Daí a epifania a que se refere o Merten: a gente precisa ter isso jogado na cara, como se a tela fosse um espelho mesmo, para percebr o quanto nossas vidas sao costuradas com pequenos milagres.
Talvez o conjunto destes milagres, alguns tao simples, como observar o nascer do sol - como faz Benjamin com seu pai - passem despercebidos. Revelar estes momentos na sala escura é reconhecer que eles, os momentos, as alegrias e tristezas, compoem aquilo que a gente chama de Felicidade, com F maíúsculo, que gente passa a vida toda procurando.
O filme escolhe celebrar a vida em várias frentes. As locações em New Orleans, com seus casarões antigos e o rio Mississipi cortando a cidade, o jazz que dá um colorido contagiante, a reconstrução histórica de quase 70 anos perfeita (é bom ter dinheiro, né?), beija-flores que representam a alma dos que partem.

Cate Blanchet (linda, perfeita) de bailarina novinha à idosa é o par de Brad Pitt, o Benjamin, o velho que nasce com 80 e termina bebê.

Reparem em uma cena no Hotel na União SOviética em que ele se envolve coma mulher de um diplomata inglês. Ela o ensina a saborear caviar com vodka. Ela o ensina a viver o presente com toda a sua plenitude, a agradar o corpo e à alma.

Ah, eu saí do cinema com o maior clima Forrest Gump (protagonista inocente que aprende com as pessoas e com a vida).
Nao foi à toa.
Adivinhem que outro filme o roteirista Erich Roth escreveu?????
Abs

2 comentários:

Prof. José Fernando disse...

Odeio cinema de Shopping, por isso só vejo DVD, mas depois de tantas recomendações - todos os meus amigos e amigas - todos! - dizem que vale a pena ver este filme, então vamos lá!

Mariana Sanchez disse...

Oi Fábio, só pude ver o Benjamin Button nesse final de semana, mas já deu tempo de escrever algo sobre a adaptação literária de Fitzgerald no Orelha do Livro, que vai ao ar amanhã. Gostei bastante do filme, apesar de sua narrativa tradicionalmente comum e alguns clichês do cinema hollywoodiano de qualidade (voz em off, a passagem dos anos na vida de um personagem, etc). Mas, perceba, eu disse cinema hollywoodiano "de qualidade", o que certamente inclui o Forest Gump. Benjamin Button tem esse clima, e fica impossível não se apaixonar por essa história comovente.
abraços!